Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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Renato Russo(Fanzine A Falecida - N� 0, 07/1991) Entrevista: Angelo Davan�o Uma coisa � certa, Renato Russo adorava falar. Quando
o assunto era cinema, o jeito era deix�-lo falar. Ele nem sempre terminava as
frases que iniciava, utilizando-se sempre de onomatop�ias. Na madrugada de 22 de abril de 1990, ap�s o �ltimo
show da Legi�o em Ribeir�o, ele recebeu algumas pessoas no hotel. Aos poucos A
FALECIDA foi entrando no papo dos f�s com o vocalista da LEGI�O URBANA. UM F�:
Na m�sica "Pais e
Filhos"
voc� cita o 5� andar. Por que? RENATO
RUSSO: � sobre uma amiga, ela n�o sabia que era adotiva, era
muito problem�tica e um dia ela descobriu que era adotiva; foi um choque para a
cabe�a e ela se jogou... essa � a vantagem, pra cada pessoa significa uma
coisa, mas isso n�o � o mais importante da m�sica, isso � o que leva a m�sica
para a conclus�o, que � justamente aquilo que a gente fala nos shows: por mais
dif�cil que as coisas estejam, voc� sempre pode levar uma vida nova em outro
lugar. UMA F�:
Qual � a hist�ria da m�sica "Eduardo e M�nica"?
RUSSO: � um casal de amigos l� de Bras�lia. UMA F�:
E "Faroeste
Caboclo"? RUSSO: "Faroeste..." � legal e tudo mas � uma m�sica muito complicada, fala
de drogas, eu quero falar de coisas pra cima agora... UMA F�:
Voc� fez numa �poca em que estava pra baixo? RUSSO: N�o, � uma hist�ria. Esse neg�cio de ficar pra baixo ou
n�o, isso � muito relativo. Eu n�o tenho culpa, �s vezes v�m aquelas coisas
tristes, que fazem que a gente se sinta como no entardecer, s�o as coisas
bonitas... o que eu estou tentando fazer � falar de coisas bonitas que fiquem
bonitas tamb�m, que n�o fique a bobagem do i-la-ri-�. Eu adoro a Xuxa, mas eu
acho uma m�sica como "Quase
sem Querer" super-legal.
Naquela m�sica a gente tentou fazer uma coisa pra cima e ficou bonito, n�o
ficou piegas, porque o problema de voc� fazer uma m�sica que fala de carinho,
de ternura, � que �s vezes fica assim... entra por um ouvido e sai pelo outro,
a� fica todo mundo batendo palma e n�o d� em nada. A
FALECIDA: E o seu futuro na literatura? Voc� tem planos de escrever? RUSSO: Ah, claro! A
FALECIDA: Voc� j� tem alguma coisa pronta? RUSSO: N�o, absolutamente n�o. Eu demoro tanto pra escrever s�
uma letrinha desse tamanho... A
FALECIDA: Mas "�ndios"
voc� escreveu no est�dio. RUSSO: Foi. Quer dizer, �s vezes... "Faroeste..."
eu escrevi em duas horas e meia. Foi assim: PRARRRRNNN.
Sabe, mas era f�cil por causa da m�trica, "Faroeste..."
tem uma m�trica de m�sica brasileira, ent�o fica f�cil.
Por exemplo: estava l� cantando com uns amigos, de repente vieram uns f�s e
entraram no hotel (em ritmo de "Faroeste
Caboclo"). Entendeu? O
jeito que funciona cada T�GA-D�GA-T�GA? Fica f�cil de improvisar, ali�s �
justamente o improviso do repente, ent�o na hora a hist�ria foi aparecendo,
aparecendo, eu fui escrevendo, escrevendo e a� saiu, mas tem outras letras que
levam s�culos. Quer ver, a letra que foi mais dif�cil de escrever do Quatro
Esta��es, que eu demorei meses pra escrever: "H�
Tempos". Mas aquilo
cara, demorou s�culos. Quanto mais simples mais dif�cil �. Ent�o uma letra
como "Sete Cidades", que � assim: j� me acostumei com a tua voz, com o teu
rosto e com teu olhar. Gente, mas pra escrever isso demora s�culos, eu pelo
menos, eu tenho dificuldade. A
FALECIDA: Sua identifica��o com o p�blico, que te escreve cartas. Esse lance
de n�o entendo meus pais, meus pais n�o me entendem; foi uma carta que voc�
recebeu? Foi isso? RUSSO: N�o. Eu n�o sei. Eu nunca pego coisas que as pessoas me
escrevem. Mas � o que acontece na vida da gente, eu acho muito mais legal
escrever sobre uma coisa que eu entendo, que eu j� vivi, do que tentar inventar
uma est�ria e sentir coisas que eu n�o sinto. Sabe, porque, pra voc� cantar e
tudo... E no show � muito puxado, o p�blico puxa muito da gente tamb�m, ent�o
eu tenho que estar cantando coisas que eu sei, coisas que eu vivi. A
FALECIDA: Voc�s tiveram uma fase de problemas com o p�blico. Pesou um pouco?
Voc�s deram uma parada? RUSSO: Eu n�o tive problemas com o p�blico, ele � que teve
problemas com a gente. Mas � que aquilo, estava todo mundo muito mal, a situa��o
no Brasil estava muito mal. A
FALECIDA: Mesmo hoje, cantando "Gera��o Coca-Cola",
esse tipo de coisa, voc� t� cantando diferente ou � o p�blico que te entende
diferente? RUSSO: N�o, veja bem, agora a gente canta num contexto diferente.
Tem "Se fiquei
esperando meu amor passar", tem "Monte Castelo". Ent�o n�o � a mesma coisa que s� cantar "Gera��o...", "Mais
do mesmo", "Que pa�s � este", a� fica muito pesado. A pr�pria m�sica "H� Tempos" j� abre o show de uma maneira diferente, antigamente a
gente abria com "Que pa�s
� este", j� come�ava:
ARHGGGHHH, agora n�o, j� come�a assim: LA-R�... A
FALECIDA: Voc� tem alguma influ�ncia do Morrissey? RUSSO: Eu n�o sei, as pessoas dizem que "Tempo perdido" � igual ao Morrissey, mas a gente fez aquela m�sica antes
de conhecer os Smiths. Eu adoro o Morrissey, acho o m�ximo. Se bem que esse
trabalho solo dele... eu queria tanto que os Smiths n�o tivessem acabado. Por
isso � que �s vezes a gente demora a lan�ar disco, a gente sabe que �
importante ter a banda. A� fica todo mundo: ah, Renato, por que voc� n�o faz
uma carreira solo? - Eu acho isso t�o chato. � t�o bacana voc� ter uns
amigos e tudo, que se acontece uma coisa errada, a culpa n�o � de ningu�m, e
se acontece alguma coisa boa, voc� compartilha isso com todo mundo. Se der uma
coisa errada eu n�o vou ficar achando: ah, eu que errei, e de repente, se der
alguma coisa certa eu n�o vou ficar assim: poxa, eu sou um g�nio! Que nada,
tem toda uma equipe, tem toda uma galera que trabalha junto. A
FALECIDA: Voc� comentou da semelhan�a de uma f� aqui no hotel com a Anjelica
Huston. Voc� gostou de CRIMES E PECADOS? RUSSO: Achei bom, com uma linguagem pura, mas n�o gostei. Do
Woody Allen eu prefiro MANHATAN. Em CRIMES E PECADOS eu sa� do cinema pensando:
eu acredito em Deus! Eu adoro cinema... dos franceses eu gosto de Renoir,
Bresson. Cinema americano eu acho muito legal, em geral eu n�o tenho nada
contra Hollywood, tem muita coisa do cinema americano que eu gosto. Tem tanta
coisa, �s vezes eu gosto de filmes espec�ficos tamb�m. Por exemplo, do
Wenders tem um dos melhores filmes que j� vi na minha vida que � o ALICE DAS
CIDADES, o qu� � aquilo cara? Eu gosto de filmes assim, que voc� sai do
cinema assim: AHHNNN, sabe? � uma li��o de vida, voc� fica feliz. Ah, vamos
ver, s�o tantos filmes bons n�? Gosto muito do Pasolini, se bem que ele tem
umas coisas que eu detesto... A
FALECIDA: SAL�... RUSSO: N�o, SAL� eu gosto, A TRILOGIA DA VIDA. O que eu n�o
gosto � POCILGA, MED�IA, acho um saco. Mas ACCATTONE � legal, TEOREMA eu acho
muito legal. O Peter Weir � um cara que eu gosto. GALLIPOLI � muito legal.
Vamos ver quem mais? Tem um cara ingl�s chamado Stephen Frears, ele fez SAMMY
& ROSIE, LIGA��ES PERIGOSAS, MINHA ADOR�VEL LAVANDERIA. Vamos ver do que
mais eu gosto? Cinema ingl�s eu adoro, aquele pessoal que fez o filme UMA
JANELA PARA O AMOR, que o nome em portugu�s � horroroso, mas em ingl�s �
muito legal. Agora, atores... eu posso ficar falando... A
FALECIDA: Pode falar... RUSSO: Meus tr�s atores favoritos da atualidade: o Daniel
Day-Lewis, o Mathew Broderick e um cara chamado Cary Elwes, que ningu�m
conhece, mas esses s�o os meus tr�s. A
FALECIDA: Voltando aos diretores, e o Jarmusch? RUSSO: N�o gosto nem um pouco. Acho chato... ah, eu n�o quero
sair de casa pra ficar assistindo aquelas coisas, aquele povo pobre. Ah, eu n�o
gosto n�o. Mas o STRANGERS IN PARADISE � legal, porque tem um final feliz, mas
n�o � o tipo de coisa que eu gosto. Eu gosto desses filmes de chorar... passou
um l� no Rio chamado FLORES DE A�O... A
FALECIDA: De quem? RUSSO: N�o sei... � do Herbert Ross. Mas � com a Shirley McLaine,
Olympia Dukakis, Julia Roberts, Sally Field, Dolly Parton e Daryl Hannah. Cara, � t�o legal, mas imagina, se eu falar que gosto
desse tipo de filme as pessoas v�o falar assim: nossa, mas o Renato... que as
pessoas acham assim: ele deve adorar Bergman... A
FALECIDA: Godard... RUSSO: E n�o � assim sabe? Eu n�o tenho nada de especial com
Bergman nem com Godard, entendeu? As pessoas acham que eu sou um
super-intelectual. Que nada! Eu gosto de me divertir, sabe? Ent�o esse filme se
chama STEEL MAGNOLIAS, � bonitinho. � uma bobagem, mas � bonitinho. Vamos
ver, eu gosto muito de cineastas americanos, muito... UM F�: E
o "Faroeste..."?
N�o vai virar filme? RUSSO: Ia n�, mas a� no meio do caminho enrolou tanto; e depois
a gente ficou pensando assim: no fundo � uma glorifica��o das drogas,
entendeu? Eu n�o sou fascista nem nada, eu acho que cada um faz o que for da
sua vida, agora, � uma coisa que � contra a lei, e se voc� n�o sabe segurar
legal, � uma coisa muito negativa, ent�o a gente ficou pensando: como � que a
gente... imagina, primeiro o filme ia ter que ser para 18 anos n�? A� a gente:
poxa, por que a gente n�o faz um de "Eduardo
e M6nica", esse � muito
mais bonito? Mas cara, � horr�vel fazer cinema no Brasil. � muito dif�cil,
dif�cil mesmo... Ah!!! A
FALECIDA: Fala! RUSSO: Filmes recentes que eu vi e gostei: tem um filme chamado
APARTMENT ZERO, que eu n�o sei se vai passar aqui no Brasil e eu n�o sei o
nome do diretor, mas tem um outro diretor chamado Gus-Van Sant, ele fez um filme
com o Matt Dillon, chamado DRUGSTORE COWBOY que � muito bom. E vamos ver? Eu
gosto de um cara chamado Jean Daniel-Clarinot, ele faz filme porn�-gay, mas �
super-legal. E vamos ver o que mais: musicais em geral, com�dias e essas coisas
assim. A
FALECIDA: O aspecto geral da Cultura no Brasil. Como voc� v�? RUSSO: Eu n�o vejo ora bolas... A
FALECIDA: N�o, voc� trabalha nela mas... como o pessoal recebe e como �
passada a Cultura para o pessoal? RUSSO: Eu n�o sei, acho que a partir do momento em que 60% dos
eleitores s�o analfabetos, falar de Cultura fica dif�cil n�? A n�o ser que
seja aquela Cultura de feira, mas o Brasil n�o � s� isso, e isso t�
acabando. Ent�o voc� vai l� no Mercado Modelo, tem aquelas coisinhas, tudo
feito em s�rie e o pessoal n�o t� nem a�. E o resto? O que a gente tem? N�o
tem quase nada. O artista � sempre quem sofre mais. Voc� n�o viu a carta que
a Fernanda Montenegro escreveu? � aquilo mesmo, quem especula cara... imagina
se a Fernanda Montenegro especula! Pra voc� escrever um livro... quais s�o os
autores brasileiros atuais? Ningu�m sabe. Eu n�o sei cara (enf�tico)! Quais s�o
os pintores? Eu n�o sei, entendeu? � dif�cil pra caramba cara! Ent�o, o que
est� mais em evid�ncia s�o as coisas ligadas � televis�o, ao r�dio e nisso
entra o Rock'n'Roll e tudo. Eu acho assim, o rock � muito criticado, mas de uma
certa maneira, acho que tem um aspecto super-legal, sabe? � important�ssimo a
gente ter os Tit�s, ter as bandas independentes como o Fellini, o �ltimo N�mero,
o Sexo Expl�cito... t�o batalhando n�? Os Paralamas... A
FALECIDA: Como � o relacionamento com as outras bandas? � normal? RUSSO: Ah, � assim n�: se a gente se encontra � - oi, tudo bem,
n�o sei o qu�? - � aquela festa, mas vai cada um pra cada canto e fica
falando mal de todo mundo. N�o!!! Estou brincando! A gente se encontra
raramente, em aeroportos, grava��es de TV. UM F�:
Lula ou Collor? RUSSO: Freire. E eu n�o sou nem comunista! UMA F�:
E no segundo turno? RUSSO: No segundo eu estava em Nova York, fui embora. Ah, aquele
neg�cio do S�lvio Santos me deixou t�o deprimido (risos). � gente, foi muito
esquisito. Olha, eu at� gosto do S�lvio Santos, mas aquilo foi muito
esquisito. E a gente estava terminando de gravar o disco, a gente estava muito
confuso, e aquele finalzinho de ano foi horr�vel n�? Um caos. A� eu falei:
ah, que nada... ainda bem que eu viajei. Imagina, se eu deixasse a viajem pra
agora, ia ficar sem meu apartamento e sem minha viagem! (n.r.
Renato Russo perdeu a grana que estava juntando para comprar um apartamento
quando o Plano Collor tomou "emprestada" a Poupan�a de todo mundo) A
FALECIDA: Voc� teve dificuldades para compor as letras do Quatro Esta��es? RUSSO: Eu sempre tenho dificuldade para fazer qualquer coisa na
minha vida. A
FALECIDA: Mas nesse a barra pesou um pouco? RUSSO: N�o tudo n�? Porque a gente prefere fazer m�sicas que
fiquem, sabe? Eu quero que o meu filho, quando ele tiver idade pra entender o
que gente t� falando, daqui a tr�s, a quatro ou oito anos, que ele vai poder
ouvir "Pais e
Filhos" e vai falar assim: poxa pai. Entendeu? Que nem eu ouvia
Beatles, at� aquelas coisinhas mais antigas de Beatles d� pra ouvir hoje em
dia numa boa. Algu�m se lembra de
"Choveu no meu chip"
(n.r.
m�sica do grupo Eletrodom�sticos)?
Voc�s n�o se lembram. Se lembram das m�sicas do Sempre Livre? Gente, olha, eu
adoro o RPM, mas assim, o nosso disco t� vendendo at� hoje, o primeiro t�
vendendo at� hoje. E � gozado porque nos shows as pessoas gostam do primeiro
disco e tudo. Ent�o a gente prefere ter dificuldades, e tamb�m as coisas que s�o
mais dif�ceis s�o mais gostosas no final. Eu n�o sei se eu vou continuar
escrevendo letras que as pessoas v�o gostar, eu n�o sei como � que vai ser o
trabalho da gente, mas eu acho que, eu me lembro que todo mundo reclamava: poxa,
voc�s est�o demorando um temp�o pra lan�ar esse disco! - Depois que voc�
lan�ou, mesmo que voc� levou dois anos, todo mundo esquece, porque o tempo
cura todos os males, o tempo passa, entendeu? Eu achei muito bacana a gente ter
levado um ano, quase um ano e dois meses pra fazer esse disco e ter feito do
jeito que saiu. Tem muitos defeitos, n�o � uma obra-prima, mas eu acho que �
um disco bem bonitinho, eu acho muito bacana, me acalma quando ou�o, sabe? E eu
acho isso muito mais v�lido do que voc�... sabe? E pronto, e da�? A� as
pessoas te esquecem e nunca mais? Eu n�o! Eu n�o quero ficar para a
posteridade mas eu quero que as m�sicas continuem encontrando pessoas que v�o
se identificar com elas. E a gente tem uma responsabilidade muito grande, porque
eu n�o sei, mas eu percebo que pelo menos no nosso caso, no caso da LEGI�O,
quem gosta da gente tem uma liga��o emocional muito forte, por causa das
letras, por causa do que a gente fala, ent�o n�o � aquela coisa: CHA-L�-L�...
� aquela coisa: quando voc� t� triste, se sentindo sozinho, a� voc� ouve
LEGI�O, quando voc� t� feliz, a� voc� ouve LEGI�O. Que nem eu ouvia
Beatles, entendeu? E eu acho isso muito importante, voc� n�o pode pisar em
cima disso. A gente j� tem que ter cuidado no Brasil, porque aqui � tudo t�o
dif�cil, se a gente faz um programa errado, d� uma entrevista e fala alguma
bobagem, que sai, � muito dif�cil, porque as pessoas levam a gente muito em
considera��o, ent�o, ora bolas, � o meu trabalho cara... se eu for um
padeiro, vou fazer o melhor p�o, ou pelo menos tentar... � assim, ent�o �
isso... A
FALECIDA: E as m�ximas do Renato Russo? RUSSO: Que m�ximas?! A
FALECIDA: Quem espera sempre alcan�a? RUSSO: � gente, eu s� sei que eu nada sei. A
FALECIDA: Quem espera sempre alcan�a? RUSSO: Eu n�o falo nunca mais isso, que est�o ligando l� pra
casa dizendo: ah, Renato, mas foi voc� quem disse que a gente consegue tudo,
consegui teu telefone (imitando uma f�)... A
FALECIDA: Por isso que estamos aqui cara, conseguimos... RUSSO: �, vivendo e aprendendo n�?!! (risos)
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Skooter 1998 - 2008 |
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