Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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LEGI�O
URBANA (Ibirapuera, S�o Paulo, 16/06) (Bizz - 08/1994) (Por Ina� Riveras) O
clima era de alegria, um puta alto astral no Ibirapuera. E a explica��o para
isso era simples: aquele era o primeiro show da Legi�o Urbana em S�o Paulo
depois de um sil�ncio de quatro anos - e tr�s �lbuns.
Embora a Legi�o tenha estado longe dos palcos desde a turn� de As
Quatro Esta��es (89) - seu quarto disco -, o show foi um balan�o do
trabalho de mais de dez anos da irregular carreira da banda. No repert�rio,
"Quase Sem Querer", "H� Tempos", "Pais E Filhos",
"Eduardo E M�nica", "Os Barcos" e outras can��es do �ltimo
disco, O Descobrimento do Brasil, distribu�das durante duas horas.
No in�cio do show o som estava bem ruim - especialmente na pista - e
Renato Russo mostrava-se incomodado com as falhas na ilumina��o. Depois de
quase uma hora a banda finalmente se encontrou: Renato, assim como Dado
Villa-Lobos, Marcelo Bonf� - o resto da Legi�o -, Fred Nascimento e Carlos
Trilha - m�sicos convidados - come�aram a se soltar mais. "Tempo
Perdido" chegou a emocionar de verdade. Renato cantou mais da metade da m�sica
deitado sobre o palco, enrolando-se no fio do microfone, sob as palmas e os
gritos de um p�blico extasiado. Realmente bonito, po�tico.
O carisma do vocalista conseguiu transformar seu nervosismo indisfar��vel
em simpatia. Renato parecia bastante emocionado: "Eu estava superpreocupado
em tocar aqui... mas voc�s s�o maravilhosos, agora passou. " N�o
declamou nenhum daqueles esperados e infind�veis "discursos". No
entanto, fez quest�o de deixar claro que n�o bebe, nem se droga mais,
estabelecendo um papo sincero com seu p�blico, uma conversa digna de velhos,
fieis companheiros.
Na plat�ia, gente de todos os gostos, credos, cores, idades. Desde
casais de namorados at� aqueles cabeludos que voc�, com certeza, j� encontrou
em qualquer show que tenha ido.
Como sempre, o mais fascinante no show da Legi�o foi o verdadeiro estado
de catarse que se instala sobre o p�blico. Russo vira um semideus no palco. O
respeito que seus f�s t�m por sua figura e sua m�sica � quase sagrado, coisa
a ser estudada.
A apar�ncia insegura de Renato, esquecendo (ou fingindo esquecer?)
trechos de m�sicas ou afinando o tom de sua voz, � cultuada pelo p�blico, que
ama sua poesia e venera sua delicadeza. Impressionante. Ao final do show, a
banda jogou flores brancas ao p�blico, num espet�culo ing�nuo. At� parecia
que algo estava errado. UM SHOW FAM�LIA Mesmo
ainda do lado de fora do gin�sio do Ibirapuera, dava para perceber que a
noite ia ser calma. Ningu�m caindo de b�bado ou vomitando pelos cantos,
aquelas cenas t�picas de shows.
Segundo a Unicor, que fez o atendimento m�dico do show, apenas tr�s
casos de excessos com bebida foram registrados, nada grave. Com
os ingressos nada acess�veis - o mais barato custava 25 mil cruzeiros reais
(o que seria agora R$ 9, 09) -, o Ibirapuera estava tranq�ilo: dava para
dan�ar, circular, sentar, j� que o acesso da pista para as cadeiras estava
aberto.
O pessoalzinho que n�o v� show sem copo na m�o - e que estivesse a
fim de pagar dois paus e meio numa cervejinha - encarou o bar numa boa, sem
fila. A volta da Legi�o a S�o Paulo n�o podia ser mais fam�lia. |
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Skooter 1998 - 2008 |
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