Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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 AINDA ERA MUITO CEDO

Aos 36 anos, Renato Russo deixou um monte de gente com saudades e algumas id�ias que devem ser eternizadas na vida de todo mundo. Dado Villa-Lobos conversou com o nosso colaborador, o cantor L�o Jaime.

(Revista Capricho - 27/10/1996)

 

Foi muito bom ver Dado Villa-Lobos e a Fernanda, mulher dele, e poder compartilhar esse momento. Pensei muito no Dado, no Bonf� e no quanto tinha sido dif�cil lidar com o que aconteceu, afinal eles conviveram com a tristeza de ver o parceiro ir embora, sem demonstrar para ningu�m. Foi bom ouvir o desabafo do Dado, o al�vio por ver o sofrimento do amigo e do parceiro de treze anos chegar ao fim. Encontrei com eles na casa do Dado, em Angra. Falamos sobre tudo e � um pouco disso o que quero dividir com voc�.

 

Caixa de texto: Dado fala para a CAPRICHO:
"Ningu�m consegue imaginar a Legi�o sem Renato. Por outro lado, vamos cuidar para que o pr�ximo disco e o que quer que venha a ser lan�ado tenha a nossa marca, o nosso jeito. Foi muito dif�cil conviver com o fim do nosso trabalho. O �ltimo disco foi superdoloroso e eu me defendia disso pensando que aquilo j� n�o era mais t�o importante para mim e nem para ningu�m. J� n�o nos encontr�vamos mais para tocar, fazer shows, nada. S� nos reun�amos para compor e gravar as can��es. Para fazer discos. Acho que era a nossa forma de lidar com o fim iminente, tentar n�o perceber o quanto aquilo era fundamental em nossas vidas. Hoje eu penso que o Renato foi muito importante para o Brasil nos anos 80. Ele significou muito para todos n�s. Muito mesmo. E pensar que tudo come�ou numa brincadeira que a gente nunca imaginou que pudesse crescer tanto. O Renato tinha um senso de humor �nico e, quando queria, sabia ser engra�ad�ssimo. Ele era jornalista e n�s, estudantes. Hoje vejo que o que n�s fizemos foi realmente importante, coisa que eu n�o gostava de pensar ultimamente. Quem gostou do que n�s fizemos tem as can��es prediletas e pode ouvi-las, mas eu n�o tinha id�ia de como iria assimilar tudo isso. O que � que eu vou fazer? T� com pregui�a at� de jogar bola."

Tudo nas can��es

As raz�es por que n�o se fez enterro, nem vel�rio e n�o se falou de doen�a era uma �nica: Renato n�o queria. Ele queria dar a seu p�blico aquilo que achava que as pessoas mereciam: suas can��es. Por isso se entregou de corpo e alma � grava��o do �ltimo disco, mesmo n�o tendo ido muito ao est�dio. Ficou em casa escrevendo um grande material em que trabalhou a poesia e o sentimento de tudo o que estava vivendo.

O p�blico da Legi�o se confunde muito com as leitoras da CAPRICHO e por isso o Dado me pediu para escrever alguma coisa para voc�. Ele queria contar que a Legi�o acabou. O que ele disse voc� pode ler aqui ao lado.

(L�o Jaime, cantor e compositor, � colaborador da CAPRICHO)

 

 

A Legi�o Urbana acabou, mas as letras do Renato Russo, n�o. O grupo vai lan�ar (provavelmente s� em meados do ano que vem) um disco com as m�sicas que foram gravadas e "sobraram" do �ltimo CD, Tempestade, que era para ser duplo. A Legi�o gravou 28 m�sicas e s� 15 entraram no disco.

Al�m desse novo CD j� garantido pela gravadora, a fam�lia de Renato Russo est� pensando em publicar um livro com os muitos poemas que ele escreveu nos meses que antecederam sua morte, na madrugada do �ltimo dia 11.

Fora isso, tamb�m j� est� programado o lan�amento de uma megacaixa com um CD- plus e um songbook da banda. Ainda n�o tem data marcada, mas a gente espera que seja o mais r�pido poss�vel. O CD vem com seis m�sicas interpretadas por outros compositores (Marina, Leo Jaime, Adriana Calcanhoto, etc.) e tem em sua �ltima faixa, games com perguntas sobre a banda e a vida dos integrantes. O mais legal: quem acertar tudo, ter� direito a assistir ao clipe da m�sica Giz, uma das preferidas de Renato. N�o � tudo: no songbook, h� o melhor da Legi�o tocado por eles pr�prios e historinhas da banda. E aten��o: no dia 4 de novembro, �s 19h30, vai ter uma homenagem para o Renato Russo, preparada pelos alunos da faculdade Anhembi/Morumbi (rua Casa do Ator, 40, tel. 821-9020), os mesmos que est�o fazendo a megacaixa.

H� seis anos, Renato Russo sabia que era portador do v�rus da AIDS. Enquanto foi poss�vel para ele, continuou compondo, fazendo shows, dando entrevistas e aparecendo para os f�s. No in�cio deste ano, a doen�a come�ou a se manifestar. Aos poucos a depress�o foi tomando conta e ele preferiu n�o aparecer mais em p�blico para n�o fazer alarde da doen�a. Mas durante todo esse tempo escreveu muito, at� para poder p�r para fora o drama que estava vivendo.

 

Come�o punk

O cantor nasceu Renato Manfredini J�nior, no Rio de Janeiro, em  27 de mar�o de 1960 (ariano com ascendente em Peixes). Morou em Nova York entre os 7 e os 10 anos com os pais. Voltou para o Rio e aos 13 anos foi morar em Bras�lia. Aos 15 anos, j� dava aulas de ingl�s. Nessa �poca teve uma doen�a nos ossos que o fez passar dois anos de cama e em uma cadeira de rodas. Em 1978, recuperado da doen�a, formou sua primeira banda, a Aborto El�trico, inspirada nos grupos punks ingleses.

Em 1982, Renato formou a Legi�o Urbana, com Marcelo Bonf� (bateria), Eduardo Paran� (guitarra) e Paulo Paulista ( teclado).

No ano seguinte, Dado Villa-Lobos assumiu a guitarra, Eduardo e Paulo sa�ram e a Legi�o ficou com a forma��o que voc� conhece. Juntos venderam mais de 5 milh�es de discos e fizeram a cabe�a dos adolescentes dos anos 80 e 90.

Al�m das m�sicas que a gente adora, Renato Russo deixou o filho Giuliano, de 7 anos, fruto do relacionamento que teve com uma modelo que era sua f�. Ela (parece que se chamava Rafaela, mas Renato nunca quis revelar quem era a m�e de seu filho) morreu de acidente de carro quando o menino tinha 1 ano. Desde ent�o, Giuliano mora em Bras�lia com os pais de Renato (ele visitava o filho mais ou menos a cada tr�s meses). Giuliano chama a av� de m�e, o av� de pai. �s vezes chamava Renato de tio, mas sabia que ele era o seu pai. Foi por volta de 1990 que Renato Russo assumiu publicamente que era homossexual (ou que gostava de "meninos e meninas"). Foi uma atitude corajosa para um �dolo t�o adorado por seus f�s. Foi tamb�m nessa �poca que conheceu em San Francisco, na Calif�rnia, Robert Scott, com quem teve um relacionamento muito marcante.

Extremamente rom�ntico e desiludido com suas rela��es, Renato deixou letras inesquec�veis para qualquer pessoa que j� tenha amado pelo menos uma vez.

 

 

 

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