Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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A TURMA DA COLINA

(As hist�rias do in�cio do rock-Bras�lia, surgido no final dos anos 70 embaixo dos blocos habitados por professores da UnB, s�o contadas em livros que devem ser lan�ados no ano que vem)
(Correio Braziliense - 06/09/98)

(Tereza Albuquerque da Equipe do Correio)

T�DIO ENGOLIDO PELAS GUITARRAS

S�o Paulo - Paulo Marchetti era um garoto quando conheceu a turma da Colina. Morava na 111 Sul e ainda levava a bola embaixo do bra�o para os shows no Food’s, a lanchonete da EQS 110/111 onde as bandas tocavam no in�cio dos anos 80. L� viu a Plebe Rude, o Aborto El�trico, a Blitz 64. Tinha 12 anos, e acabou largando a bola para ficar com a turma.

Ex-integrante da banda Filhos de Menghele, ele fez parte da turma de 1982 a 1987, ano em que se mudou para S�o Paulo. Hoje, aos 28 anos, � diretor e produtor da MTV. Ainda n�o escolheu o t�tulo do livro que est� escrevendo sobre a turma da Colina (‘‘deve ser algo com di�rio, como O Di�rio da Turma ou O Resgate do Di�rio’’), mas o imagina nos moldes do ‘‘di�rio punk’’ Mate-me, Por Favor, de Legs Mcneil e Gillian McCain. A hist�ria � contada pelos personagens, com os depoimentos deles, e n�o pelo autor.
Tanto Marchetti como Dinho Ouro Preto est�o em negocia��es com editoras para lan�ar seus livros no ano que vem. Embora tenham o mesmo tema, a turma, s�o projetos bem diferentes. Enquanto o primeiro colhe material para fazer uma esp�cie de di�rio (quase 50 pessoas foram entrevistadas), o segundo prepara um ‘‘quase-romance’’ (sem fic��o), em primeira pessoa, sobre o que ele chama de hist�ria do ‘‘proto-rock brasiliense’’.

`‘N�o � autobiografia, � a hist�ria da turma, de como eu me lembro dela. � o que chamam de reality fiction, hist�rias reais lidas como um romance’’, diz o vocalista do Capital Inicial, que escreveu 20 cap�tulos. O trabalho foi interrompido por causa das grava��es do novo disco da banda, mas ele diz que voltar� ao computador o mais r�pido poss�vel. Dinho tem pressa. H� um filme esperando por ele.
‘‘Essa hist�ria � fabulosa, d� um belo filme’’, acredita F� Lemos, 36 anos, baterista do Capital, ex-Aborto El�trico. A irm� dele, Helena, que tamb�m era da turma, foi estudar cinema em Los Angeles (EUA) e estaria preparando um roteiro. Dinho confirma o sonho do companheiro de banda. Sua id�ia realmente � transformar A Turma da Colina em filme. ‘‘Vou vend�-lo’’, avisa.


HIST�RIA PARA OS NETOS

Paulo Marchetti n�o quer pol�mica. ‘‘Quero mostrar o lado divertido da hist�ria, fazer um livro para mostrar para os netos’’, diz ele, que pretende lan��-lo em 1999, acompanhado de um CD e/ou fita com m�sicas de bandas da �poca. Uma das cogitadas � Diamante Cor-de-Rosa, banda de carreira curt�ssima (come�ou em 1983, terminou em 1984) que se apresentava com gravatinhas vermelhas e terno alaranjado no Radikaos (bar da 105 Norte) e na UnB.

Lugares que eles freq�entavam na �poca s�o abordados no livro, como o Radicaos, o Quentinho na 108 Sul, depois trocado pela adega da 102/103 Sul (atr�s do Janj�o, no Cine Centro S�o Francisco), o Food’s (a lanchonete da 110/111 Sul) onde as bandas tocavam aos s�bados, as festas, os acampamentos, a Colina, o Panel�o de Arte (projeto musical realizado na 312 Norte), o Teatro Galp�o (508 Sul). Um cap�tulo ser� dedicado a Renato Russo, outro ao guitarrista Fej�o, mortos em 1996.
Marchetti aproveitou as f�rias para coletar os depoimentos. Ficou uma semana no Rio, entrevistando pessoas como Hermano Vianna (antrop�logo, irm�o de Herbert Vianna) e Gutje, ex-baterista da Blitz 64 e da Plebe Rude. As tr�s semanas seguintes ele passou em Bras�lia, conversando e fotografando as ‘‘loca��es’’ do livro.

Em 30 dias, tinha falado com 40 pessoas. Semana passada, ele entrevistou Bi Ribeiro e Herbert Vianna, dos Paralamas do Sucesso. Bi morou na 104 Sul, na mesma quadra de Herbert, e saiu de Bras�lia em 1978, quando foi estudar na Universidade Rural do Rio de Janeiro. ‘‘N�o estava mais na cidade quando tudo come�ou, mas sempre voltava nas f�rias e encontrava a turma. Sa�a com eles, ia �s festas, era muito divertido’’, lembra o baixista dos Paralamas.

‘‘A Rural vivia em greve, Bi ia direto para Bras�lia’’, conta o irm�o dele, Pedro Ribeiro. ‘‘Como ningu�m tinha carro, e o Bi tinha um Passat verde, ele era o Bisum (trocadilho com �nibus, em ingl�s). Nesse carro a gente colocou 14 dentro’’, brinca Pedro, 34 anos, hoje produtor t�cnico dos Paralamas.
Dois anos mais novo que o irm�o famoso, Pedro tem a mesma idade de Dado Villa-Lobos e Dinho Ouro Preto. Eram muito amigos, os tr�s. Estavam sempre na 104, onde Pedro morava, andando de skate e jogando bola. Chegaram a morar juntos na 213 Sul, dividindo at� um carro: ‘‘Quando a m�e do Dado viajou, deixou uma Bras�lia torta, empenada. Era o nosso carro. Ali a gente punha 12’’.

A PRIMEIRA "QUEBRADA"

Foi nessa Bras�lia torta, caindo aos peda�os, que Dado, Pedro e Dinho foram pela primeira vez a uma das quebradas do Lago, onde a turma da Colina se reunia. Na �poca, no comecinho dos anos 80, eram umas 10, 15 pessoas, quase todas das bandas.

As quebradas (‘‘praias de lama’’, segundo Dinho) eram um dos programas favoritos de Renato Russo. Eles colocavam os carros em semic�rculo, com os far�is ligados, armavam fogueiras, levavam um garraf�o de vinho e ficavam l�, conversando a noite inteira sobre m�sica, literatura e cinema.
‘‘Quando voc� entrava na turma, passava por um per�odo em que era ignorado’’, conta o vocalista do Capital. ‘‘Subia degraus se conhecesse as bandas e os livros certos. Para subir ao Olimpo, precisava tocar numa banda. Andr� Mueller (baixista da Plebe Rude) uma vez me disse que, aos olhos deles (os integrantes das bandas, o ‘‘alto clero da turma’’), �ramos meros figurantes. Fiquei muito magoado, mas era verdade.’’

Dinho e Dado logo sairiam da figura��o. Ficaram at� mais famosos que Andr� e a Plebe. Mas passaram pela tal fase de ‘‘indiferen�a’’, como todos os rec�m-chegados. Nesse primeiro encontro na quebrada (no final do Lago Sul), foram at� bem recebidos. J� tinham assistido aos shows do Aborto e da Blitz 64, e ali quase todos eram integrantes das bandas.

Eles esperavam falar de m�sica, mas a primeira pergunta que ouviram naquela noite foi: ‘‘E a�, voc�s gostam de ler?’’. ‘‘Era a �ltima coisa que esperava ouvir’’, lembra Dinho. ‘‘A sorte � que eu tinha lido os livros prediletos deles, coisas como O Apanhador nos Campos de Centeio e Admir�vel Mundo Novo .’’
Conversando sobre livros, cinema e, sobretudo, m�sica, Dinho, Dado e Pedro entraram na turma. Mudaram suas roupas, seus cabelos, seus discursos. ‘‘Era uma tribo que se achava �nica. Entrar para essa turma era um atestado de que voc� era diferente de todo o resto da adolesc�ncia brasileira — as roupas, a atitude, o gosto liter�rio, cinematogr�fico...’’

Para o vocalista do Capital Inicial, isso dificilmente se repetiria nos dias de hoje. ‘‘H� a MTV, as revistas, as r�dios, o acesso � informa��o. Ningu�m tem mais a sensa��o de ser o �nico que conhece os Sex Pistols. Us�vamos casacos do Ex�rcito achando que �ramos os �nicos do Brasil.’’

Olhando para tr�s, Dinho Ouro Preto v� o rock brasiliense como um movimento cultural que se estende a cantoras como C�ssia Eller e Z�lia Duncan e bandas dos anos 90, como Raimundos e C�mbio Negro. ‘‘Todos eles fazem parte do mesmo movimento, mas acho que os pr�prios n�o percebem. Nem a Plebe Rude nem os Paralamas percebem. A gente n�o soube conduzir essa hist�ria. Cada um foi cuidar de sua carreira, e essa pulveriza��o fez mal � integridade da id�ia. At� 1983, era uma causa comum.’’

Eram tempos pesados, de regime militar. ‘‘Tocar rock no Planalto Central era subversivo naquela �poca’’, lembra o baterista F� Lemos. ‘‘Faz�amos nossa pr�pria m�sica, nossas pr�prias festas e roupas. Todo mundo usava casaco do Ex�rcito, as cal�as tinham 10 mil remendos, eram verdadeiros trabalhos de arte. Adorava aquilo. �ramos adolescentes vivendo o sonho de ser diferente.’’


DO CARRO AO CACH�

S�o Paulo - Filho de Briquet Lemos, diretor da editora da UnB, Felipe morava na Colina quando come�ou a tocar bateria no Aborto El�trico. Em dia de show ou de ensaio, descia tr�s lances de escada com o equipamento. ‘‘Cabia tudo no carro’’, lembra. N�o era muito: uma bateria e um amplificador. ‘‘Depois ficou sofisticado, t�nhamos dois amplificadores!’’

F� Lemos tinha 16 anos em 1978. Estudava na Cultura Inglesa, tinha voltado da Inglaterra e vivia falando dos Sex Pistols. Renato Russo tamb�m adorava a banda de Sid Vicious. No dia em que deu de cara com um punk loiro na Taberna (103/104 Sul), foi a primeira coisa que perguntou: ‘‘Voc� gosta dos Sex Pistols?’’. ‘‘Yeah!’’, respondeu Andr� Pretorius. Foi a senha para eles formarem a banda. Renato no baixo, Pretorius na guitarra.

Com F� na bateria, o Aborto El�trico ainda ensaiava em 1979. Em 1980, ano em que o trio fez os primeiros shows no S� Cana, no Gilberto Salom�o, e no Chaplin, na 110/111 Sul (depois a lanchonete virou Food’s), F� j� tinha se mudado para o Lago Norte. N�o precisava mais descer tr�s andares de escada, com a bateria nas costas.

Em entrevista � revista Bizz, em 1989, Renato Russo disse que o Aborto acabou ‘‘virtualmente’’ quando Andr� Pretorius foi servir o ex�rcito na �frica do Sul. ‘‘Passei do baixo para a guitarra — ensinei Fl�vio (irm�o de F�) a tocar baixo e ele entrou na banda. Foi a� que comecei a usar as letras, porque eu tinha vergonha de cantar.’’

F�, Fl�vio e Renato dividiam os palcos da cidade com a Blitz 64 (que virou Blitx ), de Gutje, Loro e Gerusa — os seis j� costumavam ir para a Colina � noite, ouvir m�sica e falar da vida, dos pais e das namoradas. Cada banda tinha um amplificador. ‘‘Uma banda era a plat�ia da outra. �s vezes rolava uma jam’’, ri F�.

A Blitz 64 foi formada em 1979, seis meses depois do Aborto. ‘‘A gente tocava debaixo do bloco do F�, ou ent�o na casa dele, na Colina, at� o Seu Briquet n�o querer mais’’, lembra Gerusa. ‘‘Quando F� mudou para o Lago Norte, a gente continuou tocando embaixo do bloco, ou ent�o na casa do Gutje’’.


L�DER E GURU

Dado Villa-Lobos e Dinho Ouro Preto assistiram a um desses shows na lanchonete da 110/111 Sul. ‘‘Todos os instrumentos e a voz ligados ao mesmo amplificador produziam uma distor��o que n�o parava sequer entre as m�sicas’’, diverte-se o vocalista do Capital Inicial, no primeiro cap�tulo de seu livro. ‘‘A banda, seu equipamento e seu p�blico cabiam todos numa kombi. E apesar de pouqu�ssimos (tr�s), causavam uma como��o e tanto.’’

Dinho ficou impressionado com Renato Russo desde a primeira vez que o viu. ‘‘Como ele parecia cosmopolita... E como era culto. Conhecia m�sica, cinema, literatura. Era o mais velho da turma, uma esp�cie de guru, e estimulava essa hierarquia na turma. Era retra�do, �s vezes n�o aparecia. Foi assim at� o final. Tenho a impress�o de que esse per�odo serviu como treinamento para a Legi�o Urbana.’’

Marcelo Bonf�, baterista da Legi�o Urbana, tamb�m virou f� no primeiro encontro: ‘‘Ouvi o Aborto El�trico e fiquei arrepiado. Era uma coisa muito forte, uma energia inexplic�vel. Comecei a tocar bateria por causa disso.’’

Renato era o primeiro da turma. F�, o segundo no comando. Depois do Aborto El�trico (o nome era uma refer�ncia aos cassetetes el�tricos; por causa deles uma menina gr�vida perdeu a crian�a) e da Blitx (o nome mudou depois que picha��es da Blitz 64 foram fotografadas pela pol�cia), viria uma s�rie de bandas.

Antes de formar a Plebe Rude, o baixista Andr� Mueller (Andr� X) montou as bandas Os Metralhas e SLU. Bonf� tocou nos Metralhas, e tamb�m no Dado e o Reino Animal, com Dado Villa-Lobos. Mas o Aborto era a banda principal. J� tocava m�sicas que mais tarde ficariam conhecidas com a Legi�o Urbana: Que Pa�s � Este, Gera��o Coca-Cola e T�dio (com um T bem grande pra voc�).

Quando o Aborto El�trico terminou, depois de uma briga com F�, em 1982, Renato virou o Trovador Solit�rio. Fez Faroeste Caboclo, Eduardo e M�nica, e continuou tocando sozinho. ‘‘Ele ia muito ao Food’s, com o viol�o’’, lembra Paulo Marchetti.

Sem o Aborto, Andr� Mueller, Jander Bilaphra, Gutje Woorthman e Philippe Seabra assumiam a lideran�a nos palcos. ‘‘A Plebe Rude era a melhor banda da �poca, em 1982 era ela quem mandava’’, afirma F� Lemos. ‘‘Era a minha favorita’’, disse Renato em entrevista ao Correio, em 1996.
O Trovador Solit�rio perambulou pela cidade com seu viol�o apenas por alguns meses. Logo Renato estaria montando a Legi�o Urbana com Marcelo Bonf�, no final de 1982. Kadu Lambach, o Paran�, foi o guitarrista da primeira forma��o. Dizem que era muito ‘‘m�sico’’ para o que eles queriam — Lambach � guitarrista de jazz. Um m�s depois da sa�da dele, entrava Dado Villa-Lobos, ex-l�der do Dado e o Reino Animal.
Em 1983, eram quatro as grandes bandas da cidade: Capital Inicial, Plebe Rude, Legi�o Urbana e XXX (a primeira banda de ska da cidade, formada por Gerusa e Bernardo Mueller, ambos futuros integrantes do Escola de Esc�ndalo). Com dois ex-integrantes do Aborto, F� e Fl�vio, e um da Blitx, Loro Jones, o Capital chegou a ter uma cantora, Heloisa. N�o deu muito certo e Dinho entrou em seguida.


O PRIMEIRO SHOW

Eles come�aram com um show na ABO (615 Sul) e, ainda em 1983, j� estavam tocando no Rio e em S�o Paulo. ‘‘Praticamente todo final de semana a gente estava fora de Bras�lia’’, conta F�, que trancou a matr�cula na faculdade de Psicologia, na UnB, para se dedicar � banda. Fl�vio Lemos trocou a F�sica pelo baixo.

No Rio, o Capital recebeu seu primeiro cach� por um show no Circo Voador. ‘‘Eram 10 mil cruzeiros, algo como R$ 100 hoje’’, lembra o baterista. ‘‘Nem acreditava. Fiquei embasbacado com meu primeiro cach�. Seis anos depois de come�ar a tocar, recebi alguma grana. Cach� era coisa de outro mundo.’’
Em 1985, com o sucesso do primeiro disco, a Legi�o Urbana se mudou para o Rio de Janeiro. A Plebe Rude tamb�m. O Capital Inicial saiu de Bras�lia para S�o Paulo. Em Bras�lia a turma continuava a crescer. Finis Africae, Detrito Federal, Elite Sofisticada e Escola de Esc�ndalo eram as bandas do momento.
Vinte anos depois, todos os personagens dessa hist�ria falam dela como o melhor per�odo de suas vidas. ‘‘A gente n�o tinha v�nculo com nada’’, lembra Gerusa. Alguns dos personagens ficaram famosos e hoje est�o entre os maiores nomes do rock nacional. Mesmo os que n�o ‘‘viraram artistas’’ — como Pedro Ribeiro, hoje produtor t�cnico dos Paralamas — sentem orgulho de ter participado da turma da Colina.
‘‘�ramos inocentes’’, diz Pedro. ‘‘And�vamos em grupo, �ramos amigos, t�nhamos nossas namoradas. Havia pouco sexo, n�o sa�mos para f... como os moleques fazem hoje, ou como faziam em outras cidades naquela �poca. Quando a gente chegou no Rio, cidade de praia, de sexualidade ‘mais intensa’, foi um baque.’’

F� Lemos tamb�m ri da ingenuidade daqueles tempos, quando eles se divertiam assustando guardinhas da UnB, invadindo festas de boy — com uma fita punk na m�o —, nas quebradas em volta da fogueira e acampando em Itiquira. ‘‘Nunca pensei que f�ssemos chegar onde chegamos. Renato sabia, tinha visto tudo antes. Ele sempre soube. Dizia para mim: ‘Pois �, quem vai comprar a primeira ilha sou eu’. Estava certo.’’



OS POINTS DA TURMA

  • Bras�lia R�dio Center (W3 Norte, 702) - No in�cio dos anos 80, quase todas as bandas ensaiavam no edif�cio. Alugavam salas em esquema de ‘‘cooperativa’’. A sala da Legi�o Urbana era dividida com o XXX e a Plebe Rude.
  • Cafofo (407 Norte) - Bar onde o Aborto El�trico come�ou a tocar. ‘‘Era o bar da gente’’, diz F� Lemos. Mais de 15 anos depois, Renato Russo ainda agradecia R�nio Quintas, dono do Cafofo, pela ajuda.
  • Chaplin/Food’s (110/111 Sul) - Pelo palco armado ao lado da lanchonete, passaram as maiores bandas da �poca: Aborto El�trico, Blitz 64, Plebe Rude . No come�o era Chaplin, depois virou Food’s. Programa de s�bado � tarde. Todo mundo ia.
  • CAN (609/610 Norte) — No Col�gio da Asa Norte, a turma organizava shows com bilheteria. Cach� mesmo, n�o havia. ‘‘Era coisa de outro mundo’’, segundo F�.
  • ABO (615 Sul) - Em 1983, uma s�rie de shows foi realizada ali, inclusive o primeiro do Capital Inicial. Uma semana antes da apresenta��o, F� Lemos sofreu um acidente de moto. Foi substitu�do por Boka, um baterista de jazz.
  • S� Cana (Gilberto Salom�o, Lago Sul) - O Aborto El�trico se apresentou l� em 1980. Era um bar pequeno que s� vendia pinga. ‘‘Quando terminamos o set de cinco m�sicas, o pessoal reagiu com: ‘Ehhhh! De novo’. Brasileiro gosta muito de zona’’, disse Renato Russo � revista Bizz, em 1989.
  • Adega (102/103 Sul) - Era um dos locais mais freq�entados pela turma. No come�o, era uma meia d�zia. No final, por volta de 1983, 1984, ficava lotado de casacos do Ex�rcito, alfinetes e cal�as rasgadas. ‘‘Era um mar de gente’’, lembra F�.
  • Colina (UnB) - Apartamentos destinados aos professores e funcion�rios da UnB. F� e Fl�vio Lemos, baterista e baixista do Capital Inicial, moravam ali com os pais. Andr� Mueller, baixista da Plebe Rude, tamb�m. Era l�, embaixo dos blocos, que a turma se encontrava no final dos anos 70. Renato Russo �s vezes ia a p� da Colina para casa, na 303 Sul.


QUE FIM LEVOU ?

  • Gutje Woorthman: Baterista da Blitz 64 e da Plebe Rude. Mora no Rio, tem uma ag�ncia de publicidade.
  • Jander Bilaphra, ‘‘Ameba’’: Vocalista e guitarrista da Plebe Rude. Mora em Mendes (RJ), tem um est�dio e trabalha com Gabriel O Pensador. Foi roadie de Fernanda Abreu.
  • Andr� Mueller (Andr� X): Baixista da Plebe Rude. Morou quatro anos na Inglaterra, era quem ‘‘abastecia’’ a turma com novidades. Formado em Arquitetura, foi s�cio de Dado Villa-Lobos na Rock It!. Voltou para Bras�lia em 1994, � analista do Banco Central.
  • Bernardo Mueller: Ex-vocalista de Escola de Esc�ndalo, irm�o de Andr�. Mora em Bras�lia, � professor de Economia da UnB.
  • Philippe Seabra: Vocalista e guitarrista da Plebe. Mora em Nova York h� quatro anos. Montou uma banda, a Daybreak Gentlemen.
  • Andr� Pretorius: Sul-africano, guitarrista do Aborto El�trico, filho de diplomata. Saiu de Bras�lia para servir o Ex�rcito na �frica do Sul. Morreu h� mais de dez anos.
  • Fej�o: Guitarrista do Escola de Esc�ndalo, o mais elogiado da cidade. Tocou no Dungeon. Morreu no Hospital de Base, em Bras�lia, h� dois anos, de meningite.
  • Geraldo Ribeiro, Gerusa: Baixista da Blitz 64 e da Escola de Esc�ndalo, morava na 408 Norte, em frente � UnB. Atualmente, trabalha como engenheiro de som em um hospital da cidade.
  • Loro Jones: Guitarrista do Blitz 64 e do Capital Inicial, irm�o de Gerusa. Mora em Bras�lia, est� gravando o novo disco do Capital em Nashville (EUA).
  • Eduardo Raggi, Bal�: Baterista da Escola de Esc�ndalo. Mora em Nova York, onde se formou em publicidade. Toca com Philippe Seabra.
  • Pedro Ribeiro: Irm�o de Bi Ribeiro, foi baixista do Diamante Cor-de-Rosa. Mora no Rio, � produtor t�cnico dos Paralamas. Cuida dos shows da banda. � dele a capa do disco Nove Luas.
  • Helena Resende: Ex-mulher de Gutje, uma das primeiras meninas da turma. � citada no terceiro cap�tulo do livro de Dinho Ouro Preto: ‘‘casal explosivo; ela com cabelos vermelhos e casaco de oncinha, ele com cabelo descolorido, cal�a de couro e camiseta rasgada’’. Mora em Bras�lia, � dona do Deguste Caf� Restaurante.
  • Cris Brenner: Foi vocalista da Blitz 64, em 1980. Andava de bicicleta pela 104 Sul quando conheceu Dinho, Dado e Pedro. Era das que mais sabiam de m�sica na �poca. Mora em Bras�lia, � m�dica.
  • Marta Brenner: Irm� de Cris, ex-mulher de Andr� Mueller. Mora em Bras�lia, � advogada.
  • Helena Lemos: Irm� de Fl�vio e F� Lemos, do Capital Inicial. Namorava Dinho no in�cio da turma. Foi para Los Angeles (EUA), estudar cinema. Mora l�.
  • Marcelo Radikaos: Dono do Radikaos, bar na 105 Norte. Estudou nos Estados Unidos, hoje mora em S�o Paulo.
  • Paulo C�sar Casc�o: Baterista do Detrito Federal, depois vocalista. � advogado, supervisor da Discoteca 2001, e DJ nas horas vagas.
  • R�nio Quintas: Dono do Cafofo, na 407 Norte, onde o Aborto El�trico levava ‘‘suas tralhas’’ e tocava, bem no in�cio da turma. � tecladista e produtor da cantora C�lia Porto.

Texto enviado por: Fabiano Moraes - Legi�o Urbana Web F� Clube

 

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