Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
Bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet
bullet

eXTReMe Tracker
 
O descontente
Negrete, ex-baixista da Legi�o Urbana, diz que foi tra�do pelos colegas

Bernardo Scartezini
Da equipe do Correio

Andr� Corr�a
Renato Rocha, o Negrete, ataca: ''Renato Russo chegou a falar para mim que sem eles n�o seria nada''

Renato Rocha, o Negrete, foi baixista da Legi�o Urbana entre 1984 e 1988. Participou da ascens�o daquela que se tornaria a maior banda do pa�s. Mas, desse tempo, parece guardar apenas m�goas. ''Me sinto tra�do'', revela. Renato Rocha, hoje com 39 anos, foi chamado para a Legi�o Urbana no in�cio de 1984.

Quem tocava baixo, at� ent�o, era Renato Russo, como j� o fizera no Aborto El�trico (1979-1982). A Legi�o estava prestes a assinar contrato com a EMI, mas um rev�s financeiro adiou os planos da gravadora. Contrariado, Russo cortou os pulsos. N�o se matou, mas por um tempo comprometeu os movimentos das m�os. A� entrou Negrete.

  Quatro anos mais tarde, em junho de 1988, Negrete era dispensado da banda, durante a pr�-produ��o daquele que viria a ser o quarto �lbum da banda, As Quatro Esta��es. A vers�o oficial para a sa�da, dada pelos tr�s legion�rios restantes - o baterista Marcelo Bonf�, o guitarrista Dado Villa-Lobos e Russo - era a de que o baixista simplesmente n�o aparecia para ensaiar, n�o parecia se interessar pelo trabalho do quarteto.

  Renato Rocha parecia aceitar essa vers�o. N�o criou caso, n�o reclamou de nada � m�dia. Como lembra o empres�rio da banda, Rafael Borges, trimestralmente Negrete recebe os direitos autorais pelas m�sicas em que tem parceria nos tr�s LPs que gravou: Legi�o Urbana (1985), Dois (1986) e Que Pa�s � Este (1987). ''Os royalties s�o meu sustento at� hoje'', admite o m�sico.

  Come�ando a montar seu novo trabalho, com o duo Soma (veja mat�ria nesta p�gina), Renato Rocha n�o nega que faltava a ensaios. Mas, tamb�m, ataca os ex-companheiros. ''Ia a poucos ensaios pois n�o precisava ensaiar com eles. A m�sica que faz�amos, eu tocava de olhos fechados. Eles n�o sabiam tocar'', critica, em entrevista por telefone ao Correio Dois, de sua casa em Barra de Guaratiba (munic�pio do Rio de Janeiro).

TRAI��O

  Para Negrete, sua dispensa foi � trai��o. ''Tinha amigos e eles me tra�ram, me venderam. Sa� como se n�o fosse mais necess�rio. Depois que ganharam grana, n�o precisaram de mim. Mas foi o Negret�o quem pegou o baixo para salvar a pele dos moleques, quando Renato (Russo) n�o podia tocar, quando tudo o que eles queriam era sair do anonimato'', reclama. ''� chato falar isso, mas � simples falar a verdade'', arremata.

  Por que, ent�o, Renato Rocha j� n�o saiu chiando, chutando o balde? ''N�o adiantaria nada. O Renato Russo pegava o microfone a abafava tudo com suas m�sicas'', admite. Negrete tamb�m justifica que esperou 11 anos pois queria ter um trabalho na m�o para criticar os ex-colegas. Foi o tempo que levou para fechar o Soma.

  Pelo lado da Legi�o, o empres�rio Rafael Borges rebate os ataques do baixista: ''Negrete cansou de ser avisado que sua situa��o era insustent�vel. Avisado por mim, por Renato, Dado e Bonf�. No preparativo para As Quatro Esta��es faltava a ensaios ou, quando chegava, estava atrasad�ssmo. Culpava a moto, a viagem (morava num s�tio em Mendes, a 60 Km do Rio), a neblina...''.

  Sobre as circunst�ncias da sa�da, Negrete diz: ''Renato Russo chegou a falar para mim que eu devia tudo a eles, que sem eles n�o seria nada''. Rafael Borges nega, dizendo que a demiss�o foi anunciada em reuni�o na EMI, ''sem baixarias'', com os m�sicos, o empres�rio e o diretor art�stico da gravadora, Jorge Davidson. ''N�o sei por que Negrete fala isso agora, talvez esteja sendo influenciado por algu�m. S� n�o queria que ele se queimasse assim'', afirma Borges, dizendo que Dado e Bonf� n�o se pronunciariam sobre o assunto pois estavam ''atarefados'' e ''s� se chateariam com essa hist�ria toda''.




Agora � ser hippie e fazer trekking

Arquivo
Negrete, com Renato Russo, Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonf�, nos bons tempos da Legi�o Urbana

  Negrete sumiu dos radares pop quando deixou a Legi�o Urbana, em 1988. Passou uns temos em seu s�tio em Mendes (RJ), onde era vizinho de Jander Bilaphra, da Plebe Rude. Depois foi at� Curitiba, onde voltou no tempo tocando em bandas de garagem. Mais tarde, exilou-se em Alto Para�so (GO).

  Na Chapada dos Veadeiros, onde morou entre 1996 e 1997, Negrete come�ou a entrar no prumo. Largou as drogas - ''menos a maconha'' - e se ligou em esportes. ''Alto Para�so foi um est�gio para mim. Hoje durmo cedo, acordo cedo, corro todo dia, ando de bike, estou benza�o'', explica.

  Agora Negrete, sua mulher, Rafaela, e os dois filhos (Vit�ria, de tr�s anos, e Renato, cinco meses), moram em Barra de Guaratiba, al�m da Zona Oeste do Rio, espremido entre a Mata Atl�ntica e as praias, pouco depois de Grumari. Negrete vive numa dieta b�sica: bike e o v�deo Woodstock. ''Sou um hippie que faz trekking'', define-se.

VIDA EM GUARATIBA

  Foi em Guaratiba onde o ex-legion�rio montou o Soma, parceria com o guitarrista candango Lu�s Carlos, ex-Voyeur. ''Soma'', o nome, vem do latim para ''corpo'' - e � trocadilho com a ''uni�o de todos''. O som vai do reggae ao jazz experimental. A dupla gravou um CD-demo de 13 faixas. A primeira, Dr. Jekyll & Mr. Hyde � um rock industrial que lembra Nine Inch Nails e Prodigy. Na letra, versos de Para N�o Dizer que n�o Falei de Flores (Geraldo Vandr�) e Soldados (da Legi�o). Isso, embora o que Negrete mais tenha ouvido ultimamente - fora o Woodstock - sejam os especiais de chorinho e MPB em geral da r�dio MEC.

Negrete, CD em m�os, chegou a procurar seu ex-empres�rio, Rafael Borges, e sua ex-gravadora, EMI. Espera propostas. (B.S.)

 

Pol�tica de Privacidade

Skooter 1998 - 2008