Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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PESADELO RUSSO
Sexo, religi�o, drogas, contempla��o e vaidade misturam-se em nova biografia de l�der morto da Legi�o Urbana

    O her�i p�s-moderno Renato Russo (1960-96) � o personagem-tema de nova biografia da s�rie Perfis do Rio, Renato Russo - O Trovador Solit�rio, escrita pelo jornalista carioca Arthur Dapieve, de 37 anos. De texto preciosista e fluente, o livro acompanha com afinco a trajet�ria do ex-l�der da banda brasiliense Legi�o Urbana, mas sem alcan�ar a condi��o-clich� de "biografia definitiva" do artista.
    Alguns pontos s�o esclarecidos, mas poucos s�o aprofundados, escarafunchados - bem, OK, � um perfil, n�o uma descida ao inferno. Renato � tido como "autodestrutivo" (impress�o colhida de outra jornalista, Ana Maria Bahiana), fala-se do epis�dio em que cortou os pulsos, aos 15 anos mas a zona escura que o conduzia a tais humores n�o � motivo de maiores an�lises.
    Sabe-se, por Dapieve, que Reato aos 18 anos j� havia reconhecido para si e para a fam�lia sua homossexualidade - mas pouco se revela sobre como tal condi��o contribui para encaminhar sua obra e sua vida. Chega-se a certa hora ao indom�vel, aos epis�dios assustadores de batalha campal que a Legi�o, �ltima das bandas pop pol�ticas brasileiras, protagonizou em Bras�lia, em 88.
    Her�i pol�tico-rom�ntico, cronista amoroso distanciado (diz Dapieve, por exemplo, que Eduardo e M�nica n�o era imita��o da vida), Renato naquele momento vivia ponto de virada, de exemplo proclamado pelos f�s a messias amado/odiado por multid�es amedrontadoras.
    Mesmo rejeitando essa sina messi�nica que come�ava a caramelizar sua figura, artisticamente a viagem violenta resultou no barroco �lbum As Quatro Esta��es (89), que s� viria refor�ar a imagem conturbada, de sexo com religi�o, drogas mais contempla��o, vaidade e ascese.
    Deve Ter sido esse o grande mist�rio deixado por Renato - mais que a pequena revolu��o gerada pela admiss�o p�blica de sua
sexualidade ainda no crucial 89, a conviv�ncia com a Aids ou a tempestade de granizo de seus �ltimos dias de vida. Houve essa fase em que artistas pop mergulharam no messianismo, quase na religi�o rock - no Brasil, al�m dele, talvez somente Raul Seixas -, e o que levou Renato Russo a essa teia, antes e depois de morrer, � tarefa deixada pra depois.

Correio Popular - Campinas - 28/08/2000

 

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