Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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QUE MUSEU � ESSE

Autor de "Eduardo e M�nica" e "Que Pa�s � Esse?", Renato Russo ganha um memorial em Bras�lia
(�poca - 23/08/1999)

(Por Leonencio Nossa)

 

Mal saiu da adolesc�ncia, o rock de Bras�lia j� vai virar pe�a de museu. O homenageado ser� o mais conhecido e influente roqueiro criado na capital federal, o cantor e compositor Renato Russo (1960-1996), l�der do Legi�o Urbana. Com discos, guitarras, fotos e objetos pessoais do artista, o Memorial Renato Russo vai resgatar n�o apenas a hist�ria do Legi�o, um grupo que vendeu 8,5 milh�es de discos em 12 anos, mas tamb�m mostrar como a banda deixou marcas no rock brasiliense.

Tr�s anos depois da morte de Renato, aos 36 anos, em decorr�ncia da Aids, fatos pouco conhecidos da vida do roqueiro come�am a se tornar p�blicos. A artista pl�stica Leo Coimbra, 40 anos, tem v�rias fotografias para doar ao museu e uma hist�ria para contar. Leo era amiga de Renato e foi a musa inspiradora de "Eduardo e M�nica" (1986), um dos maiores sucessos do Legi�o. A longa balada (com Renato no papel de Eduardo) narra como dois jovens se conheceram numa "festa estranha, com gente esquisita", come�aram a namorar e acabaram se casando. Leo nunca estudou Medicina, como diz a letra. Mas, por sucessivos descuidos no manuseio dos pinc�is, tinha "tinta nos cabelos". Renato e Leo eram amigos �ntimos e passavam at� cinco horas falando ao telefone todos os dias. "Boa parte dos meus melhores momentos foi ao lado dele", diz Leo.

O empres�rio Geraldo Ribeiro doar� ao memorial um quadro que retrata um roqueiro dos anos 70. Foi pintado pelo amigo Renato Russo. "Se Paul Klee fazia os seus risquinhos, por que eu n�o posso?", perguntou Renato, brincando, certa vez. "A obra apresenta borr�es porque foi presenteada com a tinta ainda fresca", lembra Geraldo, ex-integrante da banda Escola de Esc�ndalos. Maria do Carmo Manfredini, m�e de Renato, ainda mant�m intacto o apartamento do filho em Ipanema, no Rio. Quase tudo o que est� l� dentro ser� doado ao museu, promete.

A hist�ria das bandas de rock de Bras�lia come�ou em 1978. Numa noite de agosto, adolescentes vestidos com roupas estranhas entraram na Embaixada da �frica do Sul. Na aus�ncia do pai embaixador, Andr� Pret�rius convidou os colegas a ouvir discos punks comprados em Londres. Aos 18 anos, Renato era o mais velho da festa. "Eu sou Renato, professor da Cultura Inglesa e punk", identificou-se, t�mido. Das conversas da festa surgiu o Aborto El�trico, grupo de rock formado por Renato, Andr� Pret�rius, Ico Ouro-Preto e os irm�os F� e Fl�vio Lemos. O Aborto El�trico terminou no in�cio de 1982.

No final de 1982, Renato e Marcelo Bonf� lan�aram o Legi�o Urbana. Eduardo Paran�, Paulo Paulista e Ico Ouro-Preto participaram de algumas apresenta��es, sendo logo substitu�dos por Dado Villa-Lobos e Renato Rocha. "A for�a do rock quebrava a monotonia e a chatice da cidade", afirma Dado. O jornalista Hermano Vianna, irm�o de Herbert, do Paralamas do Sucesso, levou o Legi�o para o Rio. No rastro tamb�m deixaram a cidade Plebe Rude e Capital Inicial, as outras bandas de Bras�lia mais conhecidas no pa�s.

Foi tamb�m em Bras�lia que Renato viveu seu pior momento art�stico. Em 19 de junho de 1988, durante um show no est�dio Man� Garrincha, um f� tentou agarrar o vocalista. O espet�culo foi interrompido depois que Renato fez um discurso contra a plat�ia. A confus�o e o tumulto se estenderam �s ruas. No dia seguinte, ele leu "Fora, Legi�o" em um muro da cidade. "Nunca mais toco aqui", afirmou. Meses depois, tocou tr�s m�sicas num bar. Foi amea�ado e saiu escoltado pela pol�cia. Foi a �ltima apresenta��o em Bras�lia. A partir de dezembro, segundo o cronograma oficial, os f�s de todo o Brasil poder�o matar a saudade de Renato Russo e do Legi�o na Quadra 508 da Asa Sul. Esse ser� o endere�o do museu.

 

 

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