Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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DOENTE, ARTISTA EVITAVA APARECER EM P�BLICO (O
Estado de S�o Paulo - 11/10/1996) Desde
que seu clipe de Strani Amori estreou na MTV que Renato Russo vinha evitando
apari��es p�blicas. Nada de fotos, releases ou declara��es p�blicas. No
entanto, furou o sil�ncio em julho, em uma entrevista publicada h� poucas
semanas no Zap!, por conta do lan�amento do mais recente disco da Legi�o
Urbana, A Tempestade ou O Livro dos Dias. "Gravamos 25 can��es, mas da�
nos tocamos da inviabilidade de, num �ltimo disco de um contrato, lan�ar um �lbum
duplo." Dessa
forma, a banda cortou dez can��es j� prontas, o que pode fazer com que os f�s
esperem para os pr�ximos anos um novo �lbum do trio. Apesar de quase nunca se
encontrarem fora dos est�dios, os tr�s integrantes do grupo tinham suas "formulinhas"
e compunham com aparente facilidade. Ainda h� muitos tapes in�ditos das sess�es
dos outros discos tamb�m. VIOL�NCIAN�o
era segredo que Renato odiava se apresentar em shows ao vivo, principalmente
depois dos problemas de viol�ncia na plat�ia durante a turn� de As Quatro
Esta��es, em 1989/1990. "A gente percebeu que era imposs�vel insistir
naquela coisa de 'tocar de igual para igual' com o p�blico, aquela coisa de o p�blico
ser igual a gente." No entanto, Renato achava que a quest�o da viol�ncia
na plat�ia j� estivesse contornada, mas ainda havia coisas a ser acertadas.
"A gente pretende voltar a tocar, em palcos altos e lugares grandes, assim
que passar todos esses meus problemas". Quais? N�o quis revelar. "Mas
estou me tratando com meus rem�dios e fazendo an�lise." Renato
era um po�o de obscurantismo, monossil�bico, que se protegia atr�s de um
falso ar blas�. Tossia muito e interrompia a entrevista v�rias vezes para que
seu renitente solu�o passasse. Ali�s, n�o tem uma pessoa que tenha encontrado
Russo nos �ltimos tempos que n�o o visse doente, gripado, solu�ante ou
profundamente deprimido, o que intensificou os boatos a respeito de seu estado
de sa�de. Russo
era a figura mais err�tica de sua gera��o, a do rock brasileiro dos anos 80 e
sua morte, ainda que lament�vel, n�o chega a ser surpresa para quem acompanha
os passos do cantor desde o come�o. Renato
parecia acreditar (mesmo que sua lucidez o for�asse a negar veementemente) na
tradicional lenga-lenga sobre "m�rtires" do rock. Her�is que partem
em uma infec��o pulmonar, como ele, em uma overdose, como Keith Moon, ou num
suic�dio, como Kurt Cobain, sempre sabem que est�o trocando suas vidas por um
lugar na hist�ria. Uma barganha n�o muito lucrativa, diga-se. Cobain,
por sinal, era um dos casos recentes que mais perturbavam Renato. "O
Nirvana est� naquela linhagem indispens�vel da hist�ria do rock, como Elvis,
os Beatles e o Sex Pistols", disse ele. "E eu ficava muito aborrecido
com aquele menino, porque eu me via no lugar dele, vivendo a minha hist�ria",
contou, antes de concluir: "Eu tinha tudo para morrer como ele." |
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Skooter 1998 - 2008 |
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