Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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 LEGI�O URBANA � O MESMO DEPOIS DE QUATRO ANOS
(Folha de S�o Paulo - 18/06/1994)

(Por Bia Abramo - Editora da "Ilustrada")


Depois de quatro anos sem se apresentar em S�o Paulo, o Legi�o Urbana fez um show irregular para 6 mil pessoas, de acordo com a PM, e 9.600, segundo a DC-Set Promo��es, na noite de anteontem no Gin�sio do Ibirapuera.

Ainda segundo a PM, o grupo s� conseguiu atrair 50% da capacidade do gin�sio numa noite sem incidentes. � de se espantar, depois de uma aus�ncia t�o longa, mas ao mesmo tempo que merece uma ressalva: se o n�mero � reduzido, a paix�o � maximizada. O p�blico do Legi�o vai para o show em estado de entrega.

Nem o som abafado e embolado a ponto de tornar a voz de Renato Russo quase inaud�vel na primeira hora de apresenta��o arrefeceu os �nimos. E qualidade de som n�o importa muito: os f�s sabem as letras de cor e identificam os sucessos no acorde inicial.

A banda, com os refor�os de Fred Nascimento (viol�o), Carlos Trilha (teclados) e Jean (baixo), optou por arranjos quadradinhos, mas de um certo peso e bastante ataque. O repert�rio, bem equilibrado entre as m�sicas de "Descobrimento do Brasil", o disco de 93, e can��es de at� dez anos atr�s.
A irregularidade vem da pr�pria trajet�ria de Renato Russo, Dado Villa-Lobos, que ao longo dos anos se transformou num guitarrista seguro, e Marcelo Bonf�. O Legi�o � uma banda de altos e baixos, de arrebatamentos po�ticos, espantosos em letras de rock, e platitudes dignas de calend�rio Seicho-no-ie.
O dado surpreendente -e que se mant�m inalterado desde que a banda tocava no extinto Napalm em 83, 84- � a credibilidade que emana de Renato Russo. Suas palavras, cuidadosamente escolhidas e elaboradas em letras que tentam uma honestidade e sinceridade � beira do imposs�vel, ressoam como verdades s�lidas.

L� de cima, Renato pode tudo e talvez por isso mesmo, ele seja um pouco avesso ao palco. Pode falar que deixou as drogas e o �lcool, como fez no show, e ser aplaudido; pode falar que gosta de "meninos e meninas", como n�o fez nesta apresenta��o, e ser secundado por garotos e garotas que fingem n�o entender muito bem o que ele est� dizendo. Renato � o �nico, depois da morte de Cazuza, que se permite exagerar de fato.

No show de anteontem, at� que Renato esteve contido. Sua fala��o habitual foi substitu�da por um pedido de desculpas pelo mau-humor inicial, uma r�pida reclama��o contra a situa��o do pa�s e singelos "voc�s s�o maravilhosos".

Em duas horas de apresenta��o, o Legi�o mostrou que ainda � o mesmo e que � disso que o povo gosta. No fim, flores atiradas � plat�ia por todos os integrantes celebraram a rela��o quase sagrada que o Legi�o tem com seus f�s.

 

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