Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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O ESTADO DE S�O PAULO - 10/07/1997 - Tom Cardoso (Especial para o Estado)

Morte de Renato Russo n�o reduz o fasc�nio pelo Legi�o Urbana
�lbum, disco ao vivo e document�rio ajudar�o os f�s do grupo de Bras�lia a matar as saudades

Nem a morte de Renato Russo, em outubro do ano passado, serviu para encerrar o ciclo Legi�o Urbana dentro do rock nacional. Apesar de, oficialmente, a banda j� ter acabado, os f�s do grupo de Bras�lia ainda ter�o o prazer de ouvir algumas s�ries de can��es in�ditas ao som da voz grave de Russo. Isso porque a EMI-Odeon prepara para o dia 18 o lan�amento de Uma Outra Esta��o, �lbum que reunir� 15 can��es in�ditas (uma delas, As Flores do Mal, j� est� tocando nas r�dios de todo o Pa�s), que deveriam ter entrado no disco anterior, A Tempestade, lan�ado em 1996.

A Tempestade estava programado na verdade para ser um CD duplo. "Essa era a vontade de Renato", conta o baterista Marcelo Bonf�. Mas tudo indica que os problemas de sa�de do cantor e as exig�ncias da gravadora impediram que o disco fosse para as lojas do jeito que o l�der da banda queria.

Bonf� e o guitarrista Dado Villa-Lobos n�o tiveram muito trabalho para finalizar o novo �lbum. Estava quase tudo pronto. S� algumas can��es, que estavam apenas com a voz e o viol�o de Russo, tiveram de ganhar bateria e guitarra.

Os dois m�sicos ficaram satisfeitos com o resultado. Acham que Uma Outra Esta��o � um CD mais acess�vel que o anterior. Um dos destaques � a faixa Clarice, com cerca de 12 minutos de dura��o. No primeiro momento, foi divulgado que a m�sica era uma homenagem a uma f� da banda. Mas, segundo Bonf�, Clarice � uma can��o autobiogr�fica: "Acho que o Renato � a pr�pria menina da letra."

Os projetos com o nome do grupo n�o param por a�. Tudo indica que logo depois de Uma Outra Esta��o, a gravadora deve lan�ar um disco ao vivo da banda, com grava��es in�ditas de shows. "Temos um grande material ao vivo que n�o foi aproveitado", revela Villa-Lobos.

Certo mesmo � o document�rio da HBO, M�sica Urbana, que contar� a trajet�ria do rock brasileiro desde os anos 80. Com roteiro de Hermano Vianna, o filme ser� dirigido por Fl�vio Tambellini (que produziu tamb�m o longa-metragem A Ostra e o Vento, que competir� em agosto no Festival de Veneza) e supervisionado por Villa-Lobos. "A nossa id�ia � reunir depoimentos in�ditos de Renato Russo e entrevistar todos os grupos de rock dos anos 80", diz o diretor.

O document�rio, que deve ser apresentado em outubro, ser� acompanhado de uma trilha sonora com grupos cantando sucessos do Legi�o. O disco, gravado pelo selo Rock It (de propriedade de Villa-Lobos), ter� a participa��o de bandas e artistas como Max Cavalera (um dos mais empolgados com o projeto), C�ssia Eller, Cidade Negra, Raimundos, Planet Hemp, O Rappa, Skank, Bar�o Vermelho, Paralamas do Sucesso e Pato Fu. "Parte do dinheiro desse trabaho ser� destinada � Sociedade Viva Cazuza", explica S�rgio Esp�rito Santo, produtor-executivo e um dos idealizadores do projeto.

Marcelo Bonf� comenta as composi��es do novo CD
Uma das favoritas do baterista � o blues 'La Maison Die', com letra que fala de pol�tica

O baterista Marcelo Bonf� comenta as 15 faixas in�ditas do novo CD Uma Outra Esta��o, que tem blues, m�sica g�tica, balada e uma can��o que � a cara do Renato Russo, Com�dia Rom�ntica.

Reading Song - � um rock que lembra os primeiros discos do Legi�o. A gente fez na �poca de Tempestade. Gosto dessa m�sica, � uma grande brincadeira.

Uma Outra Esta��o - Essa letra o Renato fez para uma grande amiga dele, a Flora. Ela era diplomata e facilitava a vida da gente em nossas viagens pelos quatro cantos do mundo.

As Flores do Mal - Outra m�sica que o Renato fez para uma amiga, que andava na noite com ele. N�o me lembro agora o nome dela. A letra teve v�rios arranjos, mas acabou ficando uma balada com uma letra bem pesada e amarga, bem ao estilo de Renato.

La Maison Die - O �nico blues do disco. Uma das minhas favoritas. A letra fala de pol�tica, sobre tudo acabar em pizza no Brasil. Tem uma parte que diz assim, n�o me lembro muito bem: "Eu nunca anistiei ningu�m, n�o devemos perdoar."

Clarice - � uma esp�cie de can��o autobiogr�fica. � bem pesada. Dizem que foi feita para uma f�, mas acho que o Renato � a pr�pria Clarice na letra. Fala sobre os problemas e as injusti�as sofridas pelas mulheres brasileiras. � uma m�sica longa, de 12 minutos, acompanhada de um viol�o de 12 cordas. Lembro que o Renato chegou no est�dio e declamou toda a letra na hora, sem parar.

Shubert Lander - � uma vinheta de apenas alguns segundos. Ela foi inclu�da para dar uma acalmada. As cinco primeiras m�sicas do �lbum s�o muito pesadas e essa fase do CD � encerrada com essa vinheta.

A Tempestade - Lembra um pouco m�sica g�tica. Gosto tamb�m dessa faixa. Era outra can��o que o Renato fazia quest�o de colocar no disco anterior.

Matar ou Morrer - � tema de um filme de faroeste muito conhecido (High Noon, de Fred Zinnemann). A gente fez uma vers�o bem mais r�pida.

Os Marcianos Invadem a Terra - A letra lembra muito a nossa juventude em Bras�lia. A gente sa�a com os nossos carros � noite pela cidade. �ramos os pr�prios marcianos invadindo a terra (risos). � uma can��o ac�stica.

Mariane - � uma balada muito positiva, toda cantada em ingl�s. Acho que pode ser um dos hits do disco. � tamb�m uma das minhas favoritas. Foi gravada originalmente s� com voz e viol�o. Aumentei a voz do Renato para poder colocar bateria e guitarra.

Dado Viciado - Essa m�sica s� n�o saiu antes porque o Dado ficava com medo de os f�s acharem que o Dado Viciado era ele. Na verdade era o primo dele. Agora, ele concordou em coloc�-la no novo CD, pois combinamos de deixar tudo esclarecido no encarte (risos). � uma das poucas vers�es ac�sticas do �lbum.

Com�dia Rom�ntica - Essa can��o � a cara do Renato. Fala sobre esse lado meio amargo dele. De as pessoas quererem ajud�-lo e ele se recusar. Lembro dele falando para mim e para o Dado: "Valeu a inten��o, mas eu sou desse jeito mesmo, n�o h� muita coisa a se fazer."

Antes das Leis - Uma das mais pops do CD. Acho que � outra que vai virar hit. � mais acess�vel, o que ajuda a equilibrar um pouco o disco.

Nossa Senhora do Cerrado - A gente faz uma refer�ncia a uma banda de malucos que tinha no fim dos anos 60 em Bras�lia. Costumo dizer que � a m�sica alternativa do disco. Tem uma percuss�o com garrafas. Ficou bem legal.

Sagrado Cora��o - Esta letra aparece no encarte do CD, mas n�o chegou a ter vocais gravados. � uma balada superlegal. Ela foi escolhida para encerrar o disco porque lembra um pouco aqueles letreiros que passam no fim do filme. (T.C.)

Trabalho tem car�ter p�stumo e rev� a trajet�ria da banda

Em entrevista ao Estado, o guitarrista Dado Villa- Lobos e o baterista Marcelo Bonf� falam um pouco sobre o novo e �ltimo CD do Legi�o Urbana. Comentam tamb�m os projetos individuais e a possibilidade de ser lan�ado um disco ao vivo da banda at� o ano 2000.

Estado - O disco A Tempestade, lan�ado no ano passado, � um �lbum com m�sicas depressivas, que retratavam o momento dif�cil que o Renato Russo estava passando. Parece que Uma Outra Esta��o � um trabalho com letras um pouco mais positivas...
Marcelo Bonf� - Realmente � um disco menos tenso e pesado do que A Tempestade, que tem m�sicas muito angustiantes. At� hoje n�o consigo ouvir Via L�ctea. J� Uma Outra Esta��o � um CD mais leve. Sempre digo que este nosso �ltimo trabalho � como um filme, conta um pouco da trajet�ria da banda. Tem de tudo: rock, que lembra os primeiros trabalhos da gente, baladas e can��es �picas, como Clarice.
Dado Villa Lobos - A gente procurou dar uma linha, um conceito para esse trabalho. � um �lbum que remete ao nosso passado. A primeira faixa do CD, Reading Song, � uma brincadeira. Come�a com uma bateria muito forte e, logo depois, entra uma entrevista que demos em 1986. Cada integrante se apresenta. Renato diz: eu sou Renato Russo, tenho 23 anos, formado em jornalismo... Mas decidi fazer rock, porque � isso que eu quero.

Estado - � verdade que o Renato brigou com voc�s para que A Tempestade fosse um disco duplo?
Bonf� - Naquela �poca a gente tinha um material muito grande nas m�os, que dava at� para fazer um �lbum triplo. Como o Renato n�o estava muito legal de sa�de, eu fui o encarregado de selecionar o repert�rio para o pr�ximo disco. Liguei para ele dizendo que achava melhor lan�ar um �lbum simples mesmo e logo depois a gente colocaria outro disco no mercado. Expliquei a ele que o disco tinha de ser mais pop, mais acess�vel. Ele n�o gostou. Disse que achava um desrespeito aos f�s n�o colocar m�sicas como Clarice e Tempestade no repert�rio. Mas n�o adiantaram muito as reclama��es dele.

Estado - A capa e o encarte s�o de desenhos inspirados na cidade de Bras�lia...
Bonf� - Eu fiz todos os desenhos. Pintei com aquarela, ficou muito legal. Usei muito aqueles tra�os malucos da cidade como inspira��o.

Estado - � verdade que voc�s ainda devem lan�ar mais um disco ao vivo?
Villa-Lobos - Uma Outra Esta��o � o nosso �ltimo trabalho do Legi�o em est�dio. � um disco de car�ter p�stumo e hist�rico. Agora, temos uma material bem grande, de grava��es ao vivo, que ainda n�o foi aproveitado. Algumas coisas que fizemos para a MTV. Mas n�o tem nada definido ainda. Talvez a gente v� lan��- lo at� o fim deste mil�nio.

Estado - Outro projeto que inclui o nome do Legi�o � o lan�amento de um document�rio pela HBO, que ter� como trilha sonora um CD com bandas dos anos 80 e 90, cantando m�sicas do grupo. Falem um pouco deste projeto.
Villa-Lobos - Acho interessante bandas dos anos 80 e 90 gravarem m�sicas da gente. Eu sei que foram convidados grupos legais, como os Paralamas do Sucesso, Bar�o Vermelho, Planet Hemp e Devotos do �dio. O disco ser� gravado pelo meu selo, o Rock It. J� o filme � sobre a trajet�rio do rock nacional, desde o come�o dos anos 80. O Legi�o foi escolhido para ser tema da trilha sonora porque � um grupo importante dentro desse cen�rio, mas o document�rio tamb�m deve falar de outras bandas. Por exemplo, j� conversei com o Fl�vio (Tambellini, diretor do document�rio) e acho importante colocar no roteiro que os Paralamas foi a primeira banda a misturar elementos de reggae com rock.

Estado - Quando todos esses discos forem lan�ados, voc�s v�o come�ar a pensar na carreira-solo?
Bonf� - Eu estava gravando um disco eletr�nico, mas acabei deixando o projeto um pouco de lado. Constru� uma casa, estou fazendo tai chi chuan. Tenho mais tempo agora e pretendo aproveitar.
Villa-Lobos - Dedico-me ao selo Rock It. Produzi agora o disco do Maria Bacana, uma banda da Bahia. Devo fazer a produ��o de outro grupo at� o fim do ano. Talvez volte a gravar com a minha primeira banda (Dado e Reino Animal). Mas n�o h� nada certo ainda. (T.C.)


Fonte: Divers@Online - Legi�o Urbana Home-Page

 

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