Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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Entrevista de Dado e Bonf� para a ShowBizz

Bizz: Por que lan�ar um disco t�o perto de "A tempestade"?
DADO: As coisas j� estavam encaminhadas e a gente n�o queria conviver com elas, j� tendo que trabalhar em outras. A Legi�o Urbana sempre subverteu as regras. Portanto, � normal.

Com m�sicas de "A tempestade" ainda nas FMs?
DADO: Foda-se isso.
BONF�: Pra mim, se o disco sa�sse agora ou bem depois, a Legi�o Urbana vai sempre estar envolvida comigo. Mesmo que termine tudo agora, que eu pare de tocar... O disco tem todos os elementos da nossa m�sica, em estilos, letras, ritmos... Ele � um filme, conta uma hist�ria mesmo, linear, da primeira � �ltima faixa.
DADO: Cada disco do Legi�o Urbana tem uma id�ia central. Ent�o tivemos o desafio de n�o fazer simplesmente uma colcha de retalhos, de sobras. O Renato Russo arquitetava sempre os conceitos de uma forma muito determinada. A gente contribu�a, mas ele que mais ou menos monopolizava as decis�es.

Foi um desafio tipo "agora, estamos sozinhos, � s� Dado e Bonf�"?
BONF�: Foi. A gente poderia ter se perdido mesmo, mas acho que isso n�o aconteceu.
DADO: Este � um disco hist�rico, � uma obra t�o relevante quanto as outras. Tem toda a nossa trajet�ria, nossa vida est� nele.
BONF�: Acho que este �lbum vai at� chamar a aten��o para a tempestade, que as pessoas n�o ouviram muito - realmente, a situa��o tornou tudo muito triste, n�? Mas era pra sair do jeito que saiu, n�o tinha como. Foi tudo muito r�pido com o Renato. Apesar de a gente estar sabendo h� muito tempo da situa��o, � dif�cil aceitar, sabe? Ele tava trabalhando, tava lutando e tal, mas teve um tempo em que ele n�o ia no est�dio e a gente se envolvia no trabalho e tinha que deixar meio de lado a condi��o dele. Um dia eu liguei pro Renato e fiz a lista das m�sicas do disco na ordem que eu queria-�quela altura, podia sair um duplo, um triplo. Ele abriu m�o: "Ah, fa�am a lista voc�s em casa". Eu liguei e ele passou duas horas me dando esporro (imitando) "N�o, n�o � isso, voc� n�o entende o que � Legi�o!" E o disco saiu, na �ntegra, do jeito que eu achava que tinha que sair. Ficou muito mais pesado do que se ele tivesse colocado "Clarisse", que s� entrou no novo �lbum.

Houve uma preocupa��o para n�o deixar um clima muito pesado?
BONF�: A ordem foi pensada em cima disso

A capa do disco � algum lugar espec�fico de Bras�lia?
BONF�: N�o, l� � tudo igual, tanto pode ser um lugar como o outro.

Quando foi a �ltima vez que vcs estiveram em bras�lia sem ser trabalhando?
BONF�:H� dez anos. Minha fam�lia toda saiu de l�. J� estou no Rio h� 12 anos.
DADO: Hoje, na pr�tica, todos os meus la�os est�o rompidos. Mas o que aconteceu conosco l� sempre fica; Bras�lia marca tudo que fizemos.

"Dado viciado" j� esteve para entrar em v�rios discos, mas nunca emplacava...
DADO: Tinha um problema comigo. Eu sempre dei uma travada: "Porra, as pessoas v�o achar que sou eu... o Dado Viciado era um primo do Renato. Ali�s, a "Mariane" conheceu o Dado, s�o hist�rias da mesma �poca. "Mariane" � o Renato falando pra uma namorada que ele tinha quando adolecente da ilha do governador. A gente n�o chegou a conhec�-la, mas o Dado deve estar em algum lugar da Ilha do Governador. Acho que ele tem uma banda de blues. Enfim, esse cara a� n�o sou eu.

A letra de "Clarisse", sobre uma garota de 14 anos que se corta, n�o assustou vcs, pais de crian�as quase dessa idade?
BONF�: N�o. O que toca � que ela � autobiogr�fica.
DADO: "Estou cansado de ser vilipendiado e descartado / Ningu�m diz que me entende, nunca quis saber". Ali ele est� falando pra gente: (assovio) "Ok, vc nunca me entendeu, nunca quis saber de mim". A� come�a a hist�ria de Clarisse, que foi internada na cl�nica...� autobiogr�fica. No final, ele diz: "Sou um p�ssaro, me trancam na gaiola e querem que eu cante como antes".

As letras de RR pregam relacionamentos mais limpos, mais sinceros, com mais amor. Mas m�sicas como "Clarisse" e "Flores do Mal" d�o a id�ia de que ele n�o conseguiu nada disso para si mesmo.
DADO: Ele viveu um drama. Escrevia certas coisas e nunca conseguia viv�-las nos relacionamentos. Ex: "O mundo anda t�o complicado... (cantando, com alegria artificial) AH, meu bem, que bom te ver..."
BONF�:"Talvez um dia, talvez uma vez, ele tenha sentido e tenha sido t�o forte que..."
DADO:Ele virava do avesso.

Voc�s como colegas, amigos, nunca se sentiram frustrados por n�o conseguir ajud�-lo?
DADO:Tem letras que ele fala sobre isso. "Com�dia Rom�ntica". Essa outra, "Flores do mal", ele fez pra uma menina.
BONF�:Ele se envolvia demais e tomava uma rasteira muito grande.
DADO:Tipo assim, "Com�dia Rom�ntica". (lendo) "Acho que s� agora come�o a perceber que tudo que vc me disse, pelo menos o que lembro que aprendi com vc, est� realmente certo." Isso pode muito bem ter sido o bonf� que chegou pra ele e disse: "Olha, vc devia..." Ou eu que falei: "Olha, vc est� errado..." E ai segue a letra "Bem, mais certo que eu queria acreditar, voc� gosta mesmo de mim, se arriscando a me perder assim, ao me explicar o que n�o quero ouvir". Pronto, isso resume. Se vc t� indo contra o cara, n�o adianta...
BONF�: Depois ele explica por A + B, d� milh�es de motivos pra dizer que ele � assim mesmo. Sabe: "N�o fale de novo isso, n�o, sen�o vc vai perder mesmo".
DADO:"N�o tente me ajudar. Eu sei que c� tentou, admiro, legal, mas chega!"Ele tinha surtos de amizade. E passava por momentos arredios, n�o queria saber o que voc� estava pensando sobre o assunto e achava legal voc� se retirar. Isso era com amigos, fam�lia, com todos. Sabe, "a vida � uma conspira��o contra mim".

E "Travessa do Eix�o", de onde saiu?
BONF�: Isso � de um grupo chamado Liga-Tripa, faz parte de uma �poca legal em bras�lia. Eles eram os mais malucos de todos, eram hippies. Diziam: "Ah, que legal, vai ter show, n�? A gente pode tocar tamb�m?" E n�s: "Que nada, cara! Tu � hippie, xar�!" Mas eles estavam cagando se a gente era punk, eram muito legais.
DADO: Essa m�sica � o seguinte: Tem uma outra m�sica que n�o entrou nesse disco. (olhando pro Bonf�) Acho que vai entrar no pr�ximo (risos c�mplices dos dois): "Setor de Divers�es Sul"!
BONF�: Era a baixaria da bras�lia.
DADO: Voc� ia l�, tinha puteiros, os bares, os recos, os travestis... A letra de um cara que se acabou por l�, no esquema "mais uma dose de gim". Ele gostava mesmo � de fazer xixi na rua, essas coisas... E a�, ele ta l�, ca�do na cal�ada, para um carro e - quem �? Eduardo e M�nica, que eram amigos dele, j� casados. Eles falam assim: "A gente vai levar no A.A. e fazer sua cura". E no meio do caminho eles come�am a cantar: "Nossa Senhora protetora..." A gente acabou s� pegando esse finalzinho

Esse n�o � o �ltimo disco da Legi�o?
DADO: � o �ltimo de est�dio. O que pode vir agora envolve grava��es ao vivo. Tem o ac�stico da MTV, muitos shows gravados em est�dios. Encerrou agora, mas podem surgir registros ao vivo e v�deos. Temos planos de fazer um home video com imagens de arquivos.
BONF�: Eu tenho v�rios storyboards para v�rias m�sicas. Os f�s pedem muito e a gente nunca fez projetos assim. O Renato Russo sempre queria fazer tudo e acabava que n�o dava tempo. As m�sicas tinham v�rios sentidos e n�o era legal deixar toda mastigadinha, apenas uma interpreta��o. Mas eu gosto de fazer desenhos, roteiros, etc... E as letras tipo "Faroeste.." e "Eduardo &..." se prestam a isso. Tenho storyboard das duas, vai acabar acontecendo algo por a�.
DADO: A m�sica da gente continua relevante. At� as que falam de pol�tica n�o est�o datadas "Nas favelas, no senado, sujeira pra todo lado."
BONF�: A Legi�o, a gente nunca vai esquecer. A gente vai continuar. Eu pretendo tb fazer camisetas da banda, s� com desenhos.

O que lhes parece a mitifica��o do RR, um culto comum no rock, de Hendrix a Cobain?
DADO: Normal, s� acontece com quem realmente teve import�ncia. At� o dia 11 de outubro, a gente era apenas uma banda de rock. Como Paralamas, Tit�s... A gente at� pode ter tido uma trajet�ria diferente, mas sempre nos vimos como eles. At� ent�o, est�vamos sujeitos a lan�ar um disco e algu�m achar chato, "esses caras fazem sempre a mesma coisa". Temos muito orgulho de ter feito parte do legi�o.
BONF�: E de ter trabalhado com o Renato.


Fonte: Divers@Online - Legi�o Urbana Home-Page

 

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