Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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A chama que n�o se apaga

Tr�s anos depois de sua morte, permanece forte o culto � mem�ria de Renato Russo
 
ANDREA LOPES (ZH, 11 de Outubro de 1999)
 

        Em 11 de outubro de 1996, morria em seu apartamento em Ipanema, no Rio, o cantor e compositor Renato Russo, vocalista e l�der da banda Legi�o Urbana.
 
        Passados tr�s anos, cantor e banda seguem envolvidos em clima de culto por adolescentes de ontem e de hoje, fascinados, sobretudo, pela hist�ria pessoal que Renato Russo construiu - e pela atitude rebelde forjada em declara��es e poemas.
 
        Quando menino, ainda no Rio de Janeiro, onde nasceu, um recluso e t�mido Renato Manfredini Jr. costumava se trancar no quarto para ouvir m�sica cl�ssica e ler a Enciclop�dia Brit�nica. Dizia gostar de Fernando Pessoa e, quando descobriu os heter�nimos do poeta portugu�s, criou o seu pr�prio - Renato Russo -, aproveitando o ensejo para homenagear, com o habitual deboche, o fil�sofo Jean-Jaques Rousseau. Adolescente em Bras�lia, embrenhou-se na m�sica e fundou com Andr� Pretorious e Felipe Lemos o Aborto El�trico, embri�o da Legi�o Urbana. E vieram Sex Pistols e Ramones, Elvis at�. E Marcelo Bonf�, Dado Villa-Lobos e Renato Rocha. A turma estava reunida.
 
        Uma demotape da Legi�o Urbana foi cair na Fluminense FM, ber�o do rock nacional nos anos 80. A m�sica Ser� entrou na programa��o. Renato, Bonf� e Dado queriam sair de Bras�lia, fazer sucesso, ganhar dinheiro, voltar pra l�, ter suas mans�es, um superest�dio, quem sabe? - essa, grifa-se, era a vers�o de Renato, revelada em uma de suas �ltimas entrevistas. Mas a hist�ria veio bem diferente.
 
        As atitudes de Renato Russo forjaram o mito. Vai um exemplo r�pido. Em 10 de outubro de 1985, dia da morte do ex-presidente Em�lio Garrastazu M�dici, Renato pediu para a plat�ia do Circo Voador comemorar:
 
        - Muitas vezes eu penso que s� morre gente boa, gente que faz bem ao mundo. No entanto, a morte desse ditador me conforta e, creio, conforta a todas as pessoas que sonham com um Brasil livre e bonito. Ent�o vamos fazer deste show a celebra��o da morte de mais um fascista.
 
        Da recente adora��o brasileira � m�sica italiana, Renato gravou o primeiro comp�ndio, Equil�brio Distante, de 1995. Antes, j� havia se lan�ado em projeto solo, The Stonewall Celebration, 1994. Setenta minutos em 21 faixas de homossexualidade sem frescura. Uma homenagem aos 25 anos do levante do Village nova-iorquino, quando durante tr�s dias homossexuais protestaram contra a invas�o da pol�cia ao bar gay Stonewall. No encarte, o cantor estampou o endereco de 28 organiza��es n�o-governamentais para os interessados na causa e doou parte da renda das vendas para a campanha contra a fome do soci�logo Betinho.
 
        Passados tr�s anos da morte de Renato, seu Manfredini, o pai, acompanha de perto a cria��o do Memorial Renato Russo, em Bras�lia. Organizado pela artista multim�dia S�nia Paiva, o memorial deve ser aberto em abril de 2000. H� tamb�m o projeto Dois Poetas - Um Tributo � Vida, show em homenagem a Renato (h� outro com can��es de Cazuza) que ser� gravado pela Som Livre e pelo Multishow. O espet�culo ser� realizado no dia 9 de novembro, no Metropolitan, no Rio, e reunir� Raimundos, Charlie Brown Jr, Biqu�ni Cavad�o, Plebe Rude, Samuel Rosa, Toni Garrido, C�ssia Eller, Jerry Adriani, Paulinho Moska, Tony Plat�o e Pato Fu. Com bilheteria e royalties dos CDs revertidos para a Sociedade Viva Cazuza. Na pauta, as can��es de Renato Russo e da Legi�o Urbana.
 
        E � a�, sobretudo, que reside a admira��o de jovens das �ltimas duas d�cadas: na obra. Como resistir, em plena adolesc�ncia, � hist�ria de Eduardo e M�nica? Quem com mais de 20 n�o cantou "Tire suas m�os de mim / Eu n�o perten�o a voc�"? E "Os sonhos v�m / os sonhos v�o / E o resto � imperfeito". E este: "� preciso amar as pessoas como se n�o houvesse amanh� / Porque se voc� parar pra pensar / Na verdade n�o h�" - e vamos parar por aqui sen�o vai faltar papel.
 
        - Aqui no Brasil n�s somos alegres, mas n�o somos felizes. H� uma melancolia e uma saudade que a gente herdou dos portugueses e nem come�ou a resolver - disse Renato Russo, em sua �ltima entrevista, � International Magazine, em julho de 1996

Texto enviado por: Aline Bortone - Legi�o Urbana Web F� Clube

 

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