Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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Que Pa�s � Este (1978 - 1987)

QUE PA�S � ESTE ?
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo

Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ningu�m respeita a constitui��o
Mas todos acreditam no futuro da na��o

Que pais � este?

No Amazonas, no Araguaia, na Baixada fluminense
No Mato grosso, nas Gerais e no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso mas o sangue anda solto
Manchando os pap�is, documentos fi�is
Ao descanso do patr�o

Que pa�s � este ?

Terceiro Mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milh�o
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos �ndios num leil�o.

Que pa�s � este?



CONEX�O AMAZ�NICA
Letra: Renato Russo 
M�sica: Felipe Lemos

Estou cansado de ouvir falar
Em Freud, Jung, Engels, Marx
Intrigas intelectuais rodando em mesa de bar
Yeah, Yeah, Yeah,

O que eu quero eu n�o tenho 
O que eu n�o tenho eu quero ter
N�o posso ter o que eu quero
E acho que isto n�o tem nada a ver
Yeah, Yeah, Yeah,

Os tambores da selva j� come�aram a rufar
Os tambores da selva j� come�aram a rufar
A coca�na n�o vai chegar
A coca�na n�o vai chegar
Conex�o amaz�nica est� interrompida
Yeah, Yeah, Yeah,

E voc� quer ficar maluco sem dinheiro e acha que est� tudo bem 
Mas alimento pra cabe�a nunca vai matar a fome de ningu�m
Uma peregrina��o involunt�ria talvez fosse a solu��o
Auto-ex�lio nada mais � do que ter seu cora��o na solid�o
Yeah, Yeah, Yeah,

Estou cansado de ouvir falar
Em Freud, Jung, Engels, Marx
Intrigas intelectuais rodando em mesa de bar
Yeah, Yeah, Yeah,


T�DIO
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo

Moramos na cidade, tamb�m o presidente
E todos v�o fingindo viver decentemente
S� que eu n�o pretendo ser t�o decadente n�o

T�dio com um T bem grande pra voc�

Andar a p� na chuva, as vezes eu me amarro
N�o tenho gasolina, tamb�m n�o tenho carro
Tamb�m n�o tenho nada de interessante pra fazer

T�dio com um T bem grande pra voc�

Se eu n�o fa�o, nada fico satisfeito
Eu durmo o dia inteiro e a� n�o � direito
Porque quando escurece, s� estou afim de aprontar

T�dio com um T bem grande pra voc�.



DEPOIS DO COME�O
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo

Vamos deixar as janelas abertas
Deixar o equil�brio ir embora
Cair como um saxofone na cal�ada 
Amarrar um fio de cobre no pesco�o

Acender um intervalo pelo filtro
Usar um extintor como len�ol
Jogar p�lo-aquatico na cama 
Ficar deslizando pelo teto

Da nossa casa cega e medieval
Cantar can��es em l�nguas estranhas 
Retalhar as cortinas desarmadas
Com a faca surda que a f� sujou

Desarmar os brinquedos indecentes
E a indec�ncia pura dos retratos no sal�o
Vamos beber livros e mastigar tapetes
Catar pontas de cigarro nas paredes

Abrir a geladeira e deixar o vento sair
Cuspir um dia qualquer no futuro
De quem j� desapareceu

Deus, Deus, somos todos ateus
Vamos cortar os cabelos do pr�ncipe 
E entreg�-los a um Deus plebeu

E depois do come�o
O que vier vai come�ar a ser o fim.
E depois do come�o
O que vier vai come�ar a ser o fim.
E depois do come�o
O que vier vai come�ar a ser o fim.
E depois do come�o
O que vier vai come�ar a ser.


QU�MICA
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo

Estou trancado em casa e n�o posso sair
Papai j� disse, tenho que passar
Nem m�sica eu n�o posso mais ouvir
E assim n�o posso nem me concentrar

N�o saco nada de F�sica
Literatura ou Gram�tica
S� gosto de Educa��o Sexual
E eu odeio Qu�mica

N�o posso nem tentar me divertir
O tempo todo eu tenho que estudar
Fico s� pensando se vou conseguir
Passar na porra do vestibular

N�o saco nada de F�sica
Literatura ou Gram�tica
S� gosto de Educa��o Sexual
E eu odeio Qu�mica

Chegou a nova leva de aprendizes
Chegou a vez do nosso ritual
E se voc� quiser entrar na tribo
Aqui no nosso Belsen tropical

Ter carro do ano, TV a cores, pagar imposto, ter pistol�o
Ter filho na escola, f�rias na Europa, conta banc�ria, comprar feij�o
Ser respons�vel, crist�o convicto, cidad�o modelo, burgu�s padr�o 
Voc� tem que passar no vestibular.



EU SEI
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo

Sexo verbal n�o faz meu estilo
Palavras s�o erros e os erros s�o seus
N�o quero lembrar que eu erro tamb�m

Um dia pretendo tentar descobrir
Porque � mais forte quem sabe mentir
N�o quero lembrar que eu minto tamb�m

Eu sei

Feche a porta do seu quarto
Porque se toca o telefone pode ser algu�m
Com quem voc� quer falar
Por horas e horas e horas

A noite acabou, talvez tenhamos que fugir sem voc�
Mas n�o, n�o v� agora, quero honras e promessas
Lembran�as e est�rias

Somos p�ssaro novo longe do ninho

Eu sei



FAROESTE CABOCLO
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo

N�o tinha medo o tal Jo�o de Santo Cristo
Era o que todos diziam quando ele se perdeu
Deixou pra tr�s todo o marasmo da fazenda
S� pra sentir no seu sangue o �dio que Jesus lhe deu

Quando crian�a s� pensava em ser bandido
Ainda mais quando com tiro de soldado o pai morreu
Era o terror da cercania onde morava 
E na escola at� o professor com ele aprendeu

Ia pra igreja s� pra roubar o dinheiro 
Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar
Sentia mesmo que era mesmo diferente
Sentia que aquilo ali n�o era o seu lugar

Ele queria sair para ver o mar
E as coisas que ele via na televis�o
Juntou dinheiro para poder viajar
E de escolha pr�pria escolheu a solid�o

Comia todas as menininhas da cidade
De tanto brincar de m�dico aos doze era professor
Aos quinze foi mandado pro reformat�rio
Onde aumentou seu �dio diante de tanto terror

N�o entendia como a vida funcionava
Descrimina��o por causa da sua classe e sua cor
Ficou cansado de tentar achar resposta
E comprou uma passagem foi direto a Salvador

E l� chegando foi tomar um cafezinho 
E encontrou um boiadeiro com quem foi falar
E o boiadeiro tinha uma passagem
Ia perder a viagem mas Jo�o foi lhe salvar:

Dizia ele "-Estou indo pra Bras�lia
Nesse pa�s lugar melhor  n�o h�
T� precisando visitar a minha filha
Eu fico aqui e voc� vai no meu lugar"

E Jo�o aceitou sua proposta 
E num �nibus entrou no Planalto Central
Ele ficou bestificado com a cidade
Saindo da rodovi�ria viu as luzes de natal

"- Meu Deus mas que cidade linda!
No Ano Novo eu come�o a trabalhar"
Cortar madeira aprendiz de carpinteiro
Ganhava cem mil pro m�s em Taguatinga

Na sexta feira foi pra zona da cidade
Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador
E conhecia muita gente interessante
At� um neto bastardo do seu bisav�

Um peruano que vivia na Bolivia
E muitas coisas trazia de l�
Seu nome era Pablo e ele dizia
Que um neg�cio ele ia come�ar

E Santo Cristo at� a morte trabalhava
Mas o dinheiro n�o dava pra ele se alimentar
E ouvia �s sete horas o notici�rio
Que dizia sempre que seu ministro ia ajudar

Mas ele n�o queria mais conversa
E decidiu que como Pablo ele ia se virar
Elaborou mais uma vez seu plano santo
E sem ser crucificado a planta��o foi come�ar

Logo logo os maluco da cidade 
Souberam da novidade
"-Tem bagulho bom ai!"
E Jo�o de Santo Cristo ficou rico 
E acabou com todos os traficantes dali

Fez amigos, frequentava a Asa Norte 
Ia pra festa de Rock pra se libertar
Mas de repente
Sob um m� influ�ncia dos boyzinhos da cidade
Come�ou a roubar

J� no primeiro roubo ele dan�ou
E pro inferno ele foi pela primeira vez
Viol�ncia e estupro do seu corpo
"-Voc�s v�o ver, eu vou pegar voc�s!"

Agora Santo Cristo era bandido
Destemido e temido no Distrito Federal
N�o tinha nenhum medo de pol�cia
Capit�o ou traficante, playboy ou general

Foi quando conheceu uma menina
E de todos os seus pecados ele se arrependeu
Maria L�cia era uma menina linda
E o cora��o dele pra ela o Santo Cristo prometeu

Ele dizia que queria se casar
E carpinteiro ele voltou a ser
"-Maria L�cia eu pra sempre vou te amar
E um filho com voc� eu quero ter"

O tempo passa 
E um dia vem na porta um senhor de alta classe com dinheiro na m�o
E ele faz uma proposta indecorosa
E diz que espera uma resposta, uma resposta de Jo�o

"-N�o boto bomba em banca de jornal 
E nem em col�gio de crian�a
Isso eu n�o fa�o n�o

E n�o protejo general de dez estrelas
Que fica atr�s da mesa com o cu na m�o

E � melhor o senhor sair da minha casa
Nunca brinque com um peixe de ascendente escorpi�o"

Mas antes de sair, com �dio no olhar
O velho disse:
"-Voc� perdeu a sua vida, meu irm�o!"

"-Voc� perdeu a sua vida, meu irm�o"
"-Voc� perdeu a sua vida, meu irm�o"
Essas palavras v�o entrar no cora��o
"-Eu vou sofrer as consequ�ncias como um c�o."

N�o � que o Santo Cristo estava certo
Seu futuro era incerto 
E ele n�o foi trabalhar
Se embebedou e no meio da bebedeira
Descobriu que tinha outro trabalhando em seu lugar

Falou com Pablo que queria um parceiro
Que tamb�m tinha dinheiro e queria se armar
Pablo trazia o contrabando da Bol�via
E Santo Cristo revendia em Planaltina

Mas acontece que um tal de Jeremias
Traficante de renome apareceu por l�
Ficou sabendo dos planos de Santo Cristo
E decidiu que com Jo�o ele ia acabar.

Mas Pablo trouxe uma Winchester 22
E Santo Cristo j� sabia atirar
E decidiu usar a arma s� depois
Que Jeremias come�asse a brigar

Jeremias maconheiro sem vergonha
Organizou a Roconha e fez todo mundo dan�ar
Desvirginava mocinhas inocentes
E dizia que era crente mas n�o sabia rezar

E Santo Cristo h� muito n�o ia pra casa
E a saudade come�ou a apertar
"-Eu vou me embora, eu vou ver Maria L�cia
J� est� em tempo de a gente se casar"

Chegando em casa ent�o ele chorou
E pro inferno ele foi pela segunda vez
Com Maria L�cia Jeremias se casou
E um filho nela ele fez

Santo Cristo era s� �dio pro dentro
E ent�o o Jeremias pra um duelo ele chamou
"-Amanh�, as duas horas na Ceil�ndia
Em frente ao lote catorze � pra l� que eu vou

E voc� pode escolher as suas armas
Que eu acabo com voc�, seu porco traidor
E mato tamb�m Maria L�cia
Aquela menina falsa pra que jurei o meu amor"

E Santo Cristo n�o sabia o que fazer
Quando viu o reporter da televis�o
Que a not�cia do duelo na TV
Dizendo a hora o local e a raz�o

No s�bado, ent�o as duas horas
Todo o povo sem demora 
Foi l� s� pra assistir

Um homem que atirava pelas costas
E acertou o Santo Cristo
E come�ou a sorrir

Sentindo o sangue na garganta
Jo�o olhou as bandeirinhas
E o povo a aplaudir
E olhou pro sorveteiro
E pras c�meras e a gente da TV que filmava tudo ali

E se lembrou de quando era uma crian�a
E de tudo o que viveu at� aqui
E decidiu entar de vez naquela dan�a
"-Se a via-crucis virou circo, estou aqui."

E nisso o sol cegou seus olhos 
E ent�o Maria L�cia ele reconheceu
Ela trazia a Winchester 22
A arma que seu primo Pablo lhe deu

"-Jeremias, eu sou homem. Coisa que voc� n�o �
Eu n�o atiro pelas costas, n�o.
Olha pra c� filha da puta sem vergonha
D� uma olhada no meu sangue
E vem sentir o teu perd�o"

E Santo Cristo com a Winchester 22
Deu cinco tiros no bandido traidor
Maria L�cia se arrependeu depois
E morreu junto com Jo�o, seu protetor

O povo declarava que Jo�o de Santo Cristo
Era santo porque sabia morrer
E a alta burgesia da cidade n�o acreditava na hist�ria
Que ele viram da TV

E Jo�o n�o conseguiu o que queria
Quando veio pra Bras�lia com o diabo ter
Ele queria era falar com o presidente
Pra ajudar toda essa gente que s� faz

Sofrer


ANGRA DOS REIS
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo/Renato Rocha/Marcelo Bonf�

Deixa, se fosse sempre assim quente
Deita aqui perto de mim
Tem dias em que tudo est� em paz
E agora os dias s�o iguais

Se fosse s� sentir saudade
Mas tem sempre algo mais
Seja como for
� uma dor que d�i no peito
Pode rir agora que estou sozinho
Mas n�o venha me roubar

Vamos brincar perto da usina
Deixa pra l�, a angra � dos reis
Por que se explicar se n�o existe perigo?

Senti seu cora��o perfeito 
Batendo � toa e isso d�i
Seja como for
� uma dor que d�i no peito
Pode rir agora que estou sozinho
Mas n�o venha me roubar

Vai ver que n�o � nada disso
Vai ver que j� n�o sei quem sou
Vai ver que nunca fui o mesmo
A culpa � toda sua e nunca foi

Mesmo se as estrelas come�assem a cair
E a luz queimasse tudo ao redor 
E fosse o fim chegando cedo
E voc� visse nosso corpo em chamas
Deixa pra l�

Quando as estrelas come�arem a cair
Me diz, me diz pra onde a gente vai fugir?



MAIS DO MESMO
Letra: Renato Russo
M�sica: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Renato Rocha/Marcelo Bonf�

Ei menino branco o que � que voc� faz aqui
Subindo o morro pra tentar se divertir
Mas j� disse que n�o tem
E voc� ainda quer mais
Por que voc� n�o me deixa em paz?

Desses vinte anos nenhum foi feito pra mim
E agora voc� quer que eu fique igual a voc�
� mesmo. Como vou crescer se nada cresce por aqui?
Quem vai tomar conta dos doentes?
E quando tem chacina de adolecentes
Como � que voc� se sente?

Em vez de luz tem tiroteio no fim do t�nel.
Sempre mais do mesmo
N�o era isso que voc� queria ouvir?

Ah. bondade sua me explicar com tanta determina��o
Exatamente o que eu sinto, como penso como sou
Eu realmente n�o sabia que eu pensava assim
E agora voc� quer um retrato do pa�s
Mas queimaram o filme
E enquanto isto na enfermaria
Todos os doentes est�o cantando sucessos populares
(e todos os �ndios foram mortos).



Dado Villa-Lobos: Guitarras, Vocal
Renato Russo: Viol�es, Voz, Teclados
Renato Rocha: Baixo, Vocal
Marcelo Bonf�: Bateria, Percuss�o, Voz
 

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