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O
Barco Além do Sol
Período de Gravação: 2000
Data de lançamento: 08 de Maio de 2000
Produzido por: Marcelo Bonfá e Carlos Trilha
Gravadora: Trama
Vendagem: ?
Músicas:
01 - Depois da Chuva
02 - Todos Os Sonhos Do Mundo
03 - Ouro Em Pó
04 - O Veleiro De Cristal
05 - Anjos Traídos
06 - A Dama Do Lago
07 - Vera Cruz
08 - Um Dia Para Nós Dois
09 - De Um Jeito Ou De Outro
10 - Aurora No Subúrbio
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sem sair de casa
"É um trabalho novo que expressa um pouco
do que eu sou e de onde vim". É como Marcelo Bonfá define o seu polêmico
disco de estréia, "O Barco Além do Sol", que acaba de ser lançado
pela gravadora Trama. Polêmico devido a sua semelhança, em alguns aspectos,
com o som de sua antiga banda, o que está gerando uma desconfiança quanto à
qualidade do disco. "Todas as críticas referem-se a um passado que eu não
pretendo nem um pouco renegar e muito menos exorcizar como já saiu por aí",
comenta Bonfá.
Todas as composições, arranjos, programações,
teclados, vocais e bateria no disco são do próprio Marcelo Bonfá, além da
grande maioria das letras compostas em parceria com Gian Fabra. Gian inclusive
chegou a tocar baixo em alguns shows da antiga banda do parceiro. Para os muitos
que possam pensar que o ex-baterista da Legião Urbana resolveu se aventurar em
novos horizontes de uma hora para outra, vale a pena ressaltar que ele era um
dos responsáveis pela maioria das composições da banda com exceção das
letras. "Na época da banda eu comecei a desenvolver a composição em cima
de teclados o que para mim é muito legal, porque além do que o teclado é em
si ele também pode ser um instrumento percussivo". A história de "O
Barco Além do Sol" começou no final de 1996 com a morte de Renato Russo e
o subseqüente fim da Legião. "Nessa época eu voltei pra área de composição
que eu estou acostumado, para os teclados", comenta Bonfá
"E, durante todo o ano de 97 acabei ficando com o fone de ouvido no teclado
e curtindo esse desenvolvimento que eu estava tendo com as linhas melódicas.
Quando comecei a fazer as melodias vocais, eu percebi que tinha um timbre que
podia ser trabalhado. Algumas pessoas diziam o mesmo, mas eu nunca tinha
cantado. Até então era uma coisa despretensiosa, não tinha a mínima intenção
de me lançar de alguma maneira. A minha curtição era fazer a minha própria
trilha sonora que eu ouvia em casa ou no carro".
Durante o ano de 98, Marcelo Bonfá começou uma penosa busca atrás de nomes
que poderiam escrever as letras para suas composições. Não satisfeito com a
maioria dos resultados que estava obtendo, no final daquele ano resolveu por
encarar ele mesmo a função de letrista. Três excessões, "De Um Jeito Ou
de Outro" de Fernanda Takai (Pato Fu), "Ouro em Pó" de Fernanda
Takai e John e "Aurora no Subúrbio", de Fausto Fawcett.
"Eu vi que não era por aí e percebi que teria que traduzir essa carga de
sentimento que tinha nesse trabalho. Aí eu falei: vou ter que fazer eu mesmo.
Nesse processo eu contactei o Gian onde houve uma afinidade assim de cara. Isso
foi crescendo a ponto a sairem essas sete letras que são bem próximas do que
eu queria. De certa forma pode haver nas músicas uma coisa artesanal porque as
letras nasceram das músicas de uma forma natural. Acima de tudo é um disco de
pop/rock, mas o fato de eu ter feito tudo em casa, para mim já me faz
satisfeito".
Marcelo Bonfá traz um disco leve e sóbrio com melodias que remetem às da Legião
Urbana. "Ele foi feito em cima dos timbres das minhas influências, mais
inglesas, mais para sóbrias do que 'alegrinhas' e que tem muito a ver com as
influências da Legião. A banda começou em cima do pós punk da Inglaterra, em
cima dos Sex Pistols, do Public Image e muitas outras coisas como os Smiths. No
disco tem um pouco de tudo o que eu sou e tudo o que eu acredito e isso
intercala um pouco com o pensamento da Legião".
Nesse trabalho, Bonfá celebra sua vida em família,
a obra é uma homenagem a sua esposa Simone, a quem é dedicado o disco. Tanto
é verdade, que o batismo do álbum rendeu uma história curiosa, já que o
"O Barco Além do Sol" foi um título escolhido pelo filho de Marcelo,
Thiago. O garoto de oito anos foi testemunha silenciosa do trabalho do pai e,
para surpresa de Bonfá, se saiu com um nome mais que apropriado para o
trabalho. O barco é ele Bonfá, e o sol, a Legião Urbana.
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