Legião Urbana Uma Outra Estação
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Homenagens Teatrais

 

  1. "UM CERTO FAROESTE CABOCLO" (Teatro e Rock).

  2. "CERTAS COISAS" (Sobre Renato Russo).

 

"UM CERTO FAROESTE CABOCLO" (Teatro e Rock).

 

 

 "UM CERTO FAROESTE CABOCLO"

(Teatro e Rock)

 

UM CERTO MANIFESTO

(21/11/1999 - 14/12/1999)

(Fabiano Moraes -

fundador e vice-presidente

do fã clube Filhos da Revolução)

 

Algum tempo antes da morte de Renato Russo, Paulo Faria tinha um projeto de criar uma peça teatral sobre e para a juventude dos anos 90, tendo como inspiração a música "Faroeste Caboclo". Mas como estava trabalhando em outros projetos teatrais, faltava tempo para transcrever sua idéia para o papel. Com a morte de Renato, um de seus grandes ídolos, Faria entrou em depressão, o que o fez parar para pensar e em dar vida ao seu antigo projeto. Dois dias após a morte de Russo, um domingo, Paulo Faria, abriu uma cerveja às 8 da manhã,  trancou-se em seu quarto e se pôs a escrever o que viria ser "Um Certo Faroeste Caboclo". Lá pelo horário do início do Fantástico estava pronto o primeiro rascunho da peça, 90 páginas. Com o tempo o texto original foi aprimorado e reduzido para 50.

Caixa de texto: A peça como um todo é de uma beleza rara. É uma espécie de quebra-cabeça em que o roteiro, os atores, a banda, a trilha sonora, a iluminação e o cenário se unem perfeitamente resultando em um espetáculo  simples, mas de uma riqueza cultural fascinante.

                Paulo Faria escolheu cuidadosamente o elenco composto por 11 atores. Estes, faziam parte do casting organizado por Faria para o filme "Foolish Heart" (Coração Iluminado) de Hector Babenco. No entanto, a produção do filme trocou o Brasil pela Argentina. Feito a escolha do elenco, a peça começou a ser ensaiada e a produção desenvolvida. E foi em 19 de janeiro de 1998 que aconteceu a estréia. De lá para cá muita coisa aconteceu. O próprio texto original sofreu algumas modificações, adotando alguns improvisos e experiências que se encaixaram  bem na história. Além de algumas substituições de alguns atores e trocas de papéis entre outros. Mas o maior e pior acontecimento ficou mesmo por conta do processo judicial que a família Manfredini está movendo contra o autor e diretor da peça,  Paulo Faria. A família de Renato sente-se lesada em relação aos direitos autorais da música Faroeste Caboclo, na qual a peça é baseada. Com isso, a peça chegou a ter de ser paralisada por algum tempo. Mas mesmo com o processo em desenvolvimento, que continua até hoje, Paulo Faria conseguiu que a peça voltasse a ser apresentada. E ainda foi escolhido como o melhor diretor de 98 do Prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem.

Em uma conversa bem informal, Paulo Faria, me disse que tentou chegar a um acordo de diversas formas com a família Manfredini. Ofereceu para a família uma determinada porcentagem do que seria arrecadado por apresentação, sugeriu doar uma porcentagem para instituições que cuidam de aidéticos, e chegou até a oferecer o cachê dos artistas da peça. "Essa peça não é mesmo para ganhar dinheiro, é uma homenagem ao Renato", comenta Paulo. Mas os Manfredini estão mesmo dispostos a encerrar com as apresentações da peça, pois o único acordo que aceitam é 4 mil reais por dia de apresentação. De qualquer forma, Paulo segue com a peça até não ser mais possível continuar.

A família Manfredini tem sido maravilhosa em estar liberando objetos pessoais de Renato para o Memorial Renato Russo que em breve será inaugurado em Brasília. Porém, a atitude da mesma em relação a esta peça, vem sendo completamente oposta aos ideais de Renato, que sempre demonstrou interesse em ver a música encenada. Segundo Faria, a história de Faroeste Caboclo foi vendida pela família e em torno de uns 2 anos sairá um longa-metragem baseado nela. Mesmo assim, como fãs e admiradores da obra de Renato, devemos demonstrar nossa insatisfação em relação a este processo judicial. Renato foi um gênio e merece ter todas as homenagens possíveis e nós de participar delas.

 

Se você deseja que "Um Certo Faroeste Caboclo" continue com suas apresentações, manifeste-se contra este processo judicial. Pretendemos organizar uma espécie de abaixo assinado. Envie um e-mail para [email protected] com os seguintes dados:

Nome (completo):

Cidade/Estado:

R.G.:

Comentários:

 

 

 

 

 

 

NOTÍCIAS

 

  1. ELENKO TRAZ "UM CERTO FAROESTE CABOCLO". (Folha de São Paulo - 11/10/1997)

  2. ESPETÁCULO HOMENAGEIA RENATO RUSSO. (O Estado de São Paulo - 19/01/1998)

  3. REESTRÉIA MUSICAL INSPIRADO EM CANÇÃO DE RENATO RUSSO. (Folha de São Paulo - 06/08/1998)

  4. "UM CERTO FAROESTE CABOCLO" FAZ ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES. (Folha de São Paulo - 26/12/1998)

  5. MUSICAL HOMENAGEIA RENATO RUSSO NO DRAGÃO. (Diário do Nordeste - 19/11/1999)

  6. FAROESTE CABOCLO MUSICAL. (O Povo - 19/11/1999)

  7. FAROESTE ESTILO BROADWAY. (O Povo - 23/11/1999)

 

 

 

ELENKO TRAZ "UM CERTO FAROESTE CABOCLO"

Peça é inspirada em canção da Legião Urbana; hoje faz um ano que morreu Renato Russo, líder da banda

 (Folha de São Paulo - 11/10/1997)

(Luís Perez - da Redação)

 

João de Santo Cristo perdeu o pai, um sem-terra, num conflito em Conceição do Araguaia (PA). Seguiu então para Brasília, onde quis se tornar roqueiro, mas virou um misto de traficante e "santo" - chegou a chefiar uma gangue da capital federal. Seu fim é trágico.

A história é familiar, sobretudo para os fãs de Renato Russo, líder da banda brasiliense Legião Urbana, e cuja morte em decorrência da AIDS completa um ano hoje.

Uma de suas mais famosas canções vai virar a ópera-rock, "Um Certo Faroeste Caboclo", baseada totalmente na música, que dura quase dez minutos.

                Política, rock, drogas, amores e adolescência se misturam na história. Sob direção do ex-Mulheres Negras Maurício Pereira, a parte musical do espetáculo inclui banda de cinco músicos e composições próprias.

Feitas, aliás, justamente pelo "vilão" da história, o ator Eliseu Paranhos, que interpreta Jeremias.

Segundo Paranhos, as músicas foram inspiradas em canções de Renato Russo e Cazuza, que também morreu, em julho de 1990, vítima da AIDS. Uma das letras diz: "Volta, cara/Também sou mala/Não sou escroto/Vou atrás de ti até no esgoto".

Segundo Paranhos, a idéia é que todos cantem com a banda. Não estão nos planos do elenco usar músicas da Legião, mas sim fazer referências a elas.

"É uma homenagem ao Renato Russo", diz Paulo Faria, 32, autor da peça. Ele concluiu o texto dois dias após a morte do ídolo.

"Ainda não fizemos contato com os outros membros da banda. Mas, de qualquer forma, pretendemos reverter parte da bilheteria para as vítimas da Aids", conta.

Caixa de texto: TRECHOS
Confira, a seguir, dois trechos da peça "Um Certo Faroeste Caboclo". 
"Boiadeiro - Vai pra Brasília? 
João - Vou. Quero conhecer uma pessoa que mora lá. 
Boiadeiro - Quem é? 
João - Segredo meu. Preciso falar com a pessoa, mas prometi não revelar quem ela é. Dizem que as palavras faladas podem ser roubadas por visagens. Pelo vento. Pelo mar. Ou por bruxos. E aqui tem muito, não tem? 
Boiadeiro - E tu é poeta? 
João - Meu pai lia muita poesia pra mim, cordel. Os versos. Sempre de quatro. Meu pai era estudioso. Eu que nunca quis saber de colégio. Gosto de rimar no final. Meu pai cantava. Era repentista. O melhor. 
(...) 
Um tiro acerta João pelas costas, o povo reage como uma torcida num campo de futebol. João se vira com sangue escorrendo pela boca. 
(...) 
João - Claro! Jeremias! Foi ele quem me assaltou quando cheguei a Brasília. Afasta, Maria Lúcia! Maria Lúcia, se afasta. Jeremias, maconheiro sem-vergonha! Eu tenho uma dívida passada com você! (...) 
O povo começa a rir. João dá cinco tiros em Jeremias. 
Jeremias - Você tira a minha vida, f.d.p. Eu vivi. Vivi dois anos com a tua mulher e tive um filho dela. Eu... 
(Morre) 
João cai." 

Faria afirma que a peça se destina aos adolescentes. Para ele, há poucas opções de peças dirigidas especialmente a esse público.

Ainda na fase de ensaios, o espetáculo deve estrear no dia 19 de novembro, no recém-inaugurado Centro Cultural Elenko (rua Cardeal Arcoverde, 2.978, Pinheiros, zona sudoeste de São Paulo, tel. 011/870-2153).

Devem ser feitas sessões semanais às quartas e quintas-feiras, às 16h, e às sextas, às 24h. A previsão é ficar em cartaz em São Paulo por cerca de seis meses.

Além dos dez atores no palco e da banda, a produção inclui projeções em telão de cenas do Brasil e "flashbacks". Há várias cenas assim, referentes a Santo Cristo, que sempre se lembra de momentos marcantes de sua vida.

Chegando a Brasília, como na música, João vira aprendiz de carpinteiro e encontra Pablo, um traficante de renome.

No final, morrem ele e Maria Lúcia. Citações à sociedade brasiliense não faltam - fala-se desde sobre o índio Galdino, morto queimado por adolescentes, até Chicão Brígido, deputado federal acusado de alugar o próprio mandato.

"Há um certo realismo fantástico na hora e meia de peça", diz Faria, que tentou aproximar a trama ao máximo de situações reais.

Curiosamente, faz o contrário de Russo. "Na letra de 'Eduardo e Mônica', o Renato viajou totalmente na letra", conta Geraldinho Vieira, 38, jornalista e amigo do cantor. A Mônica da canção seria uma ex-mulher do próprio Vieira.

 

 

 

 

ESPETÁCULO HOMENAGEIA RENATO RUSSO

Com roteiro e direção de Paulo Faria, 'Um Certo Faroeste Caboclo' estréia em São Paulo

(O Estado de São Paulo - 19/01/1998)

(Tom Cardoso - Especial para o Estado)

 

A canção Faroeste Cabloco, um dos maiores clássicos do Legião Urbana, foi a principal fonte de inspiração para o espetáculo musical Um Certo Faroeste Cabloco, que estréia hoje, às 21 horas, no Centro Cultural Elenko (Rua Cardeal Arcoverde, 2.978, tel.: 870-2153). Com roteiro e direção de Paulo Faria, a peça é uma homenagem a Renato Russo, morto o ano passado, e autor da música em 1979.

"Eu sou um grande fã dele, passei a minha juventude ouvindo músicas do Legião e sempre achei que Faroeste Cabloco daria um ótimo roteiro para o teatro", afirma Faria. "E, além de tudo, essa canção é superatual, aborda temas como drogas, política e a luta dos sem-terra."

Para contar a história de João de Santo Cristo (personagem principal, vivido pelo ator Beto Magnani), Faria fez questão de ser fiel ao 159 versos da letra. "A única alteração que eu fiz para o roteiro foi incluir um novo personagem, o Pedro (Fausto Maule), que na peça é o melhor amigo de João."

A direção musical é de Maurício Pereira, ex-Mulheres Negras, que lidera a banda Páprika, responsável pela parte musical da montagem. Todas as músicas, escritas por Eliseu Paranhos, foram compostas especialmente para o espetáculo. "Ele procurou compor uma levada bem parecida com a do Legião, para o público identificar-se ainda mais", conta o diretor. "Também procurei pôr citações das músicas da banda na fala dos personagens."

O espetáculo conta a história de João, que, após perder o pai em conflito dos sem-terra em Conceição do Araguaia, no Pará, viaja para Brasília, onde pretende fazer carreira como roqueiro. Mas nada dá certo e ele acaba virando traficante. No fim, acaba sendo assassinado, ao lado da amante Maria Lúcia (interpretada por Lúcia Romano), pelo também traficante Jeremias (Eliseu Paranhos).

Faria, que atuou como assistente do filme Foolish Heart, de Hector Babenco, também utilizou um telão na peça, em que são projetadas imagens do Brasil e momentos marcantes da vida de João e Maria Lúcia. "A linguagem do telão é mais próxima da do cinema e os jovens têm muito mais afinidade com as telas do que com o teatro."

A peça Um Certo Faroeste Cabloco está em cartaz todas as segundas e terças-feiras, às 21 horas, e quartas e quintas, às 16 horas. O ingresso custa R$ 15,00.

 

 

 

 

REESTRÉIA MUSICAL INSPIRADO EM CANÇÃO DE RENATO RUSSO

'Um Certo Faroeste Caboclo' fica em cartaz no Centro Cultural São Paulo até agosto

(Folha de São Paulo - 06/08/1998)

(Vanessa Barone)

 

O musical Um Certo Faroeste Caboclo, inspirado na música de Renato Russo, volta ao cartaz hoje no Centro Cultural São Paulo (Sala Adoniran Barbosa, Rua Vergueiro, 1.000, tel. 277-3611). Depois de ter a temporada interrompida por uma disputa judicial com os detentores dos direitos autorais da obra de Russo, Um Certo Faroeste Caboclo pode novamente ser visto pelo público, até 4 de agosto, às segundas e terças-feiras, às 19h30.

"O processo ainda não chegou ao fim, mas acho que conseguiremos fazer um acordo com a família de Renato Russo", diz Paulo Faria, diretor e autor do texto de adaptação da música que tentou, sem sucesso, comunicar-se com a família do compositor no início da montagem do musical. Apesar da exigência do pagamento de direitos autorais (que custariam R$ 4 mil, por dia, para o grupo), Faria resolveu levar o espetáculo adiante. "O público aprovou a iniciativa e acho que se Russo estivesse vivo gostaria de ver uma obra sua transformada em músical."

 Santo Cristo - O personagem João do Santo Cristo, criado por Russo, é o ponto de partida da história, que envolve trabalhadores sem-terra, tráfico de drogas, desemprego e violência urbana. "A música Faroeste Cabloco serviu como um roteiro inicial, para depois criar situações paralelas", explica Faria. Onze atores encenam a saga de João rumo a Brasília, para tentar denunciar a miséria do Norte do Brasil. Para Faria, o personagem é bem-intencionado, porém, malsucedido em sua tentativa de viver honestamente na capital federal. Como no enredo da música, João envolve-se com o crime organizado.

Um Certo Faroeste Cabloco tem música ao vivo, executada pela banda de rock Gulash People, com canções inéditas de Eliseu Paranhos. "Acho que o que mais atrai o público jovem é o ritmo alucinante do espetáculo, que é encenado por atores jovens e trata da realidade dessa geração", afirma. Sem nenhum cenário e feito para teatro de arena, o espetáculo depende do trabalho de corpo dos atores para ter dinamismo. Para chegar a esse resultado, os atores foram preparados pelo coreógrafo Luiz Miranda. "A encenação foi construída de maneira que os atores, depois que entram em cena, permanecem no palco até o fim do espetáculo."

Depois da reestréia em São Paulo, Um Certo Faroeste Cabloco fará uma excursão por Belém, Manaus e Salvador.

 

 

 

 

 

"UM CERTO FAROESTE CABOCLO" FAZ ÚLTIMAS APRESENTAÇÕES

Amanhã, Eliseu Paranhos faz show acústico após a peça

(Folha de São Paulo - 26/12/1998)

(Paulo Santos Lima)

 

Mesmo com as salas de teatro fechadas e poucos shows em cartaz na cidade, o público que permanece em São Paulo pode assistir às últimas apresentações do musical "Um Certo  Faroeste Caboclo", a única peça em cartaz.

Um show acústico com o diretor musical da peça, Eliseu Paranhos, também está programado para amanhã, às 21h, após o espetáculo, no Centro Cultural Elenko.

"Um Certo Faroeste Caboclo" surgiu quando o diretor e autor Paulo Faria pensou num espetáculo que falasse sobre os jovens dos anos 90, seus erros e acertos. A música de Renato Russo "Faroeste Caboclo" serviu de inspiração.

"Isso só demonstra como nada mudou desde 79, quando a música foi composta", diz o protagonista Beto Magnani, que faz João, um misto de anjo e bandido cheio de desejos, mas que cai na criminalidade quando seus pais morrem e ele parte para Brasília.

"A idéia de uma ópera-rock não significou fazer um espetáculo sem identidade brasileira. Todas as músicas e coreografia são inéditas, criadas para a peça", diz Magnani.

O elenco de 13 atores foi escolhido a dedo. Paulo Faria estava fazendo o casting para "Coração Iluminado", de Hector Babenco, quando a produção do filme optou pela Argentina. A partir desses contatos, Faria apresentou o projeto de "Um Certo Faroeste..." aos atores que tentavam participar do filme e montou a equipe.

 

 

 

 

MUSICAL HOMENAGEIA RENATO RUSSO NO DRAGÃO

(Diário do Nordeste - 19/11/1999)

 

A saga de um herói sem sote, João do Santo Cristo, fez os jovens vibrarem em 1983 com a música "Faroeste Caboclo", do grupo Legião Urbana. Renato Russo, falecido em 1996 é um ídolo daquela geração, traduziu nos 159 versos da letra a inquietação, os sonhos e as desilusões da juventude moderna.

A história, com começo, meio e fim bem evidenciados, chamou a atenção do diretor Paulo Faria, que agora a adaptou para um espetáculo teatral. Assim, surgiu "Um Certo Faroeste Caboclo", levando para o universo cênico o destino trágico do personagem, ansioso por encontrar uma identidade do jovem na sociedade.

Com estréia nacional há dois anos, a peça chega hoje e amanhã a Fortaleza, apresentada no Anfiteatro do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura.

Depois de passar três meses em cartaz no Centro Cultural Elenko, em São Paulo, o espetáculo partiu para uma turnê no interior do Estado, voltando novamente para a capital. Incluído no Projeto Funarte na Cidade, está neste final de ano sendo apresentado em vários Estados brasileiros, começando pelas regiões Norte e Nordeste, prosseguindo até o dia 05 de dezembro.

O espetáculo segue basicamente a história contada na música. Na encenação, João de Santo Cristo é um filho de sem-terras que, após perder seus familiares no Norte do País, parte para Brasília. Sua intenção é falar com o presidente da República e pedir ajuda para sua gente. Contudo, a realidade da cidade grande se apresenta bem diferente daquela imaginada pelo personagem. Ele descobre que se tornando um bandido pode mais facilmente realizar seu desejo.

Os ideais de cidadania são aos poucos substituídos por um mundo bem diferente que encontra: o da marginalidade. Este é o Brasil que acaba conhecendo. Assim, Santo Cristo se depara com a realidade árdua da violência urbana, das drogas e do desamor.

Seu destino trágico, triste, é narrado na televisão como se fosse um grande espetáculo circense. Os telespectadores assistem ao tão comentado duelo entre o mau-caráter Jeremias e João de Santo Cristo, que só queria ser um homem de bem. A estrutura épica da história, o ar de aventura, o som vibrante são os principais ingredientes desta peça musical, coreografada por Luís Miranda.

No elenco, está um grupo de 12 atores, com idades que variam de 22 a 30 anos. Beto Magnani, além de estar na produção, interpreta João de Santo Cristo. Atuando, sobretudo na área teatral, em peças como "Avesso", de Francisco Medeiros, Beto também já realizou trabalhos para televisão. Integrava o elenco da telenovela do SBT "As Pupilas do Senhor Reitor".

Entre outros atores, estão Rosana Seligman (de peças como os grupos "Ornitorrinco" e "Boi Voador") e Manoel Candeias que esteve nas novelas "Razão de Viver" e "Fascinação".

 

 

 

 

FAROESTE CABOCLO MUSICAL

O projeto Funarte na Cidade traz para Fortaleza neste final de semana o espetáculo "Um Certo Faroeste Caboclo". Adaptação livre da canção de Renato Russo, o musical mistura rock e teatro para fazer crítica social.

(O Povo - 19/11/1999)


A história você certamente já conhece. Trata de um certo João do Santo Cristo, destemido rapazola que deixou pra trás a bucólica vida rural para ir em busca de aventuras à beira-mar, mas que acabou cumprindo sua árida sina no Planalto Central. A saga narrada pelo ``poeta da juventude dos anos 80'' Renato Russo na canção Faroeste Caboclo ganhou os palcos nesta década através da montagem do musical Um Certo Faroeste Caboclo, que está em cartaz em Fortaleza durante este final de semana no anfiteatro do Centro Dragão do Mar.

Aliando pirotecnias de shows de rock e projeções de fotos e slides à narrativa dramática da trajetória de Santo Cristo, o espetáculo tem feito uma bem sucedida carreira desde que estreou em São Paulo há quase dois anos, recebendo o prêmio Coca-Cola de Teatro Jovem nas categorias Direção e Coreografia. Além disso, recebeu indicação para o mesmo prêmio nas categorias Música, Texto e Espetáculo e ainda para Atriz e Música no prêmio Apetesp 98.

Escrito e dirigido por Paulo Faria, Um Certo Faroeste Caboclo tem coreografia de Luis Miranda e traz no elenco Rosana Seligmann, Beto Magnani, Manoel Carlos e mais nove atores. Uma banda formada pelos músicos Leonardo Chavarelli, Pablo Lopes e Vinícius Colla acompanha e pontua ao vivo, no palco, o decorrer da trama.

Caracterizado por um ritmo cinematográfico, com rápidas passagens de ação, o musical, dirigido a um público jovem e adolescente, é também uma homenagem a Renato Russo. Um artista que continua contemporâneo, que continua a arrebatar legiões de fãs pelos quatro cantos do país. Assim como a sua canção que inspirou a montagem do espetáculo, que apesar de ter sido escrito há 20 anos, trata de questões que ainda insistem em ser atuais.


Um Certo Faroeste Caboclo - Espetáculo musical hoje e amanhã no anfiteatro do Centro Dragão do Mar (Rua Dragão do Mar, 81, Praia de Iracema) às horas. Ingressos: R$ 10,00 (inteira) e R$ 5,00 (estudante). Informações: 488 8600.

 

 

 

 

FAROESTE ESTILO BROADWAY

 Apesar da formatação americanizada, o musical Um Certo Faroeste Caboclo confirma a força da saga escrita por Renato Russo.

(O Povo - 23/11/1999)

(Luciano Almeida Filho)

 

Quando a saga "Faroeste Caboclo" foi lançada nacionalmente pela Legião Urbana no disco Que Pais É Este (87), parecia irresistível transformá-la num roteiro, vê-la numa versão dramatizada - seja no teatro, cinema ou televisão. Renato Russo chegou a comentar em entrevistas sua vontade de ver a tragédia do anti-herói João do Santo Cristo transposta para outras linguagens. Falava especialmente em cinema.

Mas foi no teatro, pelas mãos do dramaturgo Paulo Faria, que "Faroeste Caboclo" se transformou no espetáculo musical Um Certo Faroeste Caboclo. A saga de quase dez minutos da canção de Renato Russo foi adaptada e esticada num musical de longas duas horas. Estreou na capital paulista em janeiro de 1998 e passou por Fortaleza sexta e sábado passados dentro do projeto Funarte na Cidade, atraindo especial atenção dos fãs da Legião Urbana na cidade.

O palco do anfiteatro do Centro Dragão do Mar foi adaptado para receber um espetáculo no estilo das óperas-pop da Broadway, na linha de Hair e Jesus Cristo Superstar. Isto é, coreografias estilizadas, atores cantando e dançando, cantores atuando, uma banda tocando ao vivo e todos os clichês do gênero. Pela estrutura poética da música, mais próxima do estilo das histórias de cordel, ``Faroeste Caboclo'' talvez tivesse mais força dramática se ganhasse uma adaptação como os autos nordestinos.

Entretanto, Paulo Faria foi bastante feliz ao introduzir novos personagens onde explora uma analogia entre o anti-herói marginal João do Santo Cristo (papel vivido pelo ator Beto Magnani) e a trajetória bíblica de Jesus Cristo. A introdução do personagem Pedro (Fausto Maule) é fundamental. Pedro é o primeiro amigo que faz ao chegar em Brasília, quando este lhe salva da gangue de Jeremias, dá a mão sempre que pode, mas o nega três vezes no final.

Apesar da direção musical assinada por Maurício Pereira (ex-parceiro de André Abumjamra no Mulheres Negras), as músicas do espetáculo deixam muito a desejar. E o elenco, jovem e bonito, ainda é muito verde, cheio de altos e baixos. Chega ao ponto do ator Julio Pompeo roubar a cena dos protagonistas quando encarnava um hilário Pablo. Nos momentos finais, a carga dramática da última fala de João do Santo Cristo se perde, não emociona como na música, para ganhar força com a cena da crucificação.

 

 

  

 

 

"CERTAS COISAS"

(Sobre Renato Russo)

 

Há algum tempo buscávamos idéias para iniciar um novo trabalho. Tínhamos o desejo de fazer algo vibrante, com emoção e que, ao mesmo tempo, nos tocasse de uma forma pessoal. Foi assim que chegamos a Renato Russo, músico e poeta que inspirou os jovens das décadas de 80 e 90.

Letras fortes cantadas com o coração ao ritmo de Rock'n'roll, embalando os desejos, os amores, as angústias e as revoltas de uma geração.

A ousadia e a virtude de expressar os sentimentos mais sinceros, de gritar a dor do mundo, enfim, de ser o que se é, de cantar a emoção.

E foi com esta inspiração que surgiu "Certas Coisas", um espetáculo no qual buscamos conjugar expressão cênica, canto coral e Rock, fazendo uma nova leitura destes gêneros musicais.

http://www.corocenico.he.com.br/cartaz.html

                                                              

FICHA TÉCNICA

                           

Regência e Preparação vocal : Líris Neumann.

Painéis : Thomas Silva.

Arte final : Patricia Martins.

Computação Gráfica: Márcio Staudt.

Figurino : O grupo.

Luz: Marguinha.

Operador de Luz: Fernando Staudt.

Equipamento: Jesus de Souza.

Arranjos : Tiago Flores, Iuri Correa e Sílvia Zanatta.

Teclado : Paulo Bergmann.

Bateria : Carlos Ribeiro (Frango).

Baixo elétrico : Odilon Reis.

Coreografias : Mari Lice Schamann (Lica).

Produtor de Som: Márcio Staudt.

Direção cênica : Deborah Finocchiaro.

Direção Musical e Geral: Liris Neumann.

 

 

 

 

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