Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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RENATO RUSSO N�O � JORGE BEN JOR (BIZZ - 02/1994 - Edi��o: 103) (Por Celso Fonseca) Renato Russo n�o � Jorge Ben Jor, algu�m que se orgulha de nunca ter escrito uma m�sica triste. �s vezes parece ter nascido na �poca e no cen�rio errado. Sofre e se indigna como aqueles poetas do s�culo passado, ultra-rom�nticos e atormentados como Byron, que tratam a vida como um fardo existencial, marcada por desencontros afetivos. Descobrimento Do Brasil, s�timo e mais recente disco da Legi�o Urbana, seria a reden��o de Renato Russo e seu grupo, reduzida �s companhias de Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonf�. Renato livrou-se do inc�modo alcoolismo e construiu, com o grupo, um disco poeticamente menos melanc�lico e musicalmente muito bem resolvido. Descobrimento Do Brasil s� n�o �, como imaginou Russo, um disco otimista. Com a produ��o centralizada nos tr�s legion�rios, o �lbum � um sutil invent�rio de todas as voca��es musicais do grupo, a partir do punk rock sujo, com tracks de guitarra que se avolumam furiosamente em can��es como "Do Esp�rito", at� chagar a texturas bem mais suaves e mel�dicas, delineadas por baladas folk. H� at� uma faixa instrumental de surpreendente lirismo. Renato arrisca tocar uma c�tara, Dado Villa-Lobos, um bandolim. Um computador Macintosh, - atrav�s de um programa Pro Tools - � utilizado para ajustar frases de guitarras equivocadas e eliminar chiados. O disco tem uma voca��o ac�stica e flerta com o digital. Parece um paradoxo. N�o �! A bateria eletr�nica que introduz "Descobrimento Do Brasil", abre espa�os para o viol�o e o bandolim. Renato cria as letras a partir das m�sicas e grooves que Dado e Marcelo lhe apresentam. O processo de desintoxica��o que limpou seu corpo contamina a poesia. Russo prega um pa�s de sangue limpo, sem mentiras, roubos ou viol�ncias. Renato sopra a depress�o para longe, reerguendo a vida depois dos relacionamentos desfeitos. Recupera os amigos e tenta encontrar a felicidade. Nada, por�m, em Descobrimento Do Brasil tem a marca da exalta��o f�cil ou do deslumbramento bobo. Como quem j� chorou muito, Renato amassa o len�o e atira as l�grimas ao lixo. A dor, mais leve, permanece. Texto enviado por: Fabiano Moraes - Legi�o Urbana Web F� Clube |
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Skooter 1998 - 2008 |
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