Legi�o Urbana Uma Outra Esta��o
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Mais do Mesmo

SER�
Letra: Renato Russo
M�sica: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonf�

Tire suas m�os de mim
Eu n�o perten�o a voc�
N�o � me dominado assim
Que voc� vai me entender

Eu posso estar sozinho
Mas eu sei muito bem aonde estou
Voc� pode at� duvidar
Acho que isso n�o � amor.


[refr�o]

Ser� isso imagina��o?
Ser� que nada vai acontecer?
Ser� que � tudo isso em v�o?
Ser� que vamos conseguir vencer?

Nos perderemos entre monstros
Da nossa pr�pria cria��o
Ser�o noites inteiras
Talvez por medo da escurid�o

Ficaremos acordados
Imaginando alguma solu��o
Pra que esse nosso ego�smo
N�o destrua nosso cora��o.

[refr�o]

Brigar pra qu�
Se � sem querer
Quem � que vai
Nos proteger?

Ser� que vamos ter
Que responder
Pelos erros a mais
Eu e voc�?



AINDA � CEDO
Letra: Renato Russo
M�sica: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonf�/Ico Ouro-Preto

Uma menina me ensinou
Quase tudo o que eu sei
Era quase escravid�o
Mas ela me tratava como um rei

Ela fazia muitos planos
Eu isso queria estar ali
Sempre ao lado dela
Eu n�o tinha aonde ir

Mas, ego�sta que eu sou,
Me esqueci de ajudar
A ela como ela me ajudou
E n�o quis me separar.

Ela tamb�m estava perdida
E por isso se agarrava a mim tamb�m
Eu me agarrava nela
Porque eu n�o tinha mais ningu�m.

E eu dizia: - Ainda � cedo
                      cedo
                      cedo
                      cedo
                      cedo

[solo]

Sei que ela terminou
O que eu n�o comecei
E o que ela descobriu
Eu aprendi tamb�m, eu sei.

Ela falou: - Voc� tem medo.
Am eu disse: - Quem tem medo � voc�.
Falamos o que n�o devia 
Nunca ser dito por ningu�m

Ela me disse:
"- Eu n�o sei mais o que eu sinto por voc�.
Vamos dar um tempo, um dia a gente se v�."

E eu dizia: - Ainda � cedo
                       cedo
                       cedo
                       cedo.




GERA��O COCA-COLA
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo

Quando nascemos fomos programados
A receber o que voc�s nos empurraram
Com os enlatados dos USA, de 9 �s 6.

Desde pequenos n�s comemos lixo
Comercial e industrial
Mas agora chegou nossa vez 
Vamos cuspir de volta o lixo em cima de voc�s.

[refr�o]

Somos os filhos da revolu��o
Somos burgueses sem religi�o
Somos o futuro da na��o
Gera��o Coca-Cola.

[I]
Depois de vinte anos na escola
N�o � dif�cil aprender
Todas as manhas do jogo sujo
N�o � assim que tem que ser?

Vamos fazer nosso dever de casa
E a� ent�o, voc�s v�o ver
Suas crian�as derrubando reis
Fazer com�dia no cinema com as suas leis.

[refr�o]
[solo de voz]
[repete I]
[refr�o]
EDUARDO E M�NICA
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo
Quem um dia ira dizer
Que existe raz�o
Nas coisas feitas pelo cora��o?
E quem ira dizer
Que n�o existe raz�o?
Eduardo abriu os olhos mas n�o quis se levantar:
Ficou deitado e viu que horas eram
Enquanto M�nica tomava um conhaque,
Noutro canto da cidade,
Como eles disseram.
Eduardo e M�nica um dia se encontraram sem querer
E conversaram muito mesmo pra tentar se conhecer.
Foi um carinha do cursinho do Eduardo que disse:
"- Tem uma festa legal e a gente quer se divertir."
Festa estranha, com gente esquisita:
"- Eu n�o estou legal. N�o ag�ento mais birita."
E a M�nica riu e quis saber um pouco mais
Sobre o boyzinho que tentava impressionar
E o Eduardo, meio tonto, isso pensava em ir pra casa:
"- � quase duas, eu vou me ferrar."
Eduardo e M�nica trocaram telefone
Depois telefonaram e decidiram se encontrar.
O Eduardo sugeriu uma lanchonete
Mas a M�nica queria ver o filme do Godard.
Se encontraram ent�o no parque da cidade
A M�nica de moto e o Eduardo de camelo.
O Eduardo achou estranho e melhor n�o comentar
Mas a menina tinha tinta no cabelo.
Eduardo e M�nica eram nada parecidos
Ela era de Le�o e ele tinha dezesseis.
Ela fazia Medicina e falava alem�o
E ele ainda nas aulinhas de ingl�s.
Ela gostava do Bandeira e do Bauhaus,
De Van Gogh e dos Mutantes,
De Caetano e de Rimbaud
E o Eduardo gostava de novela
E jogava futebol-de-bot�o com a seu av�.
Ela falava coisas sobre o Planalto Central,
Tamb�m magia e medita��o.
E o Eduardo ainda estava
No esquema "escola-cinema-clube-televis�o."
E, mesmo com tudo diferente,
Veio mesmo, de repente,
Uma vontade de se ver
E os dois se encontravam todo dia
E a vontade crescia,
Como tinha de ser.
Eduardo e M�nica fizeram nata��o, fotografia,
Teatro e artesanato e foram viajar.
A M�nica explicava pro Eduardo
Coisas sobre o c�u, a terra, a �gua e o ar:
Ele aprendeu a beber, deixou o cabelo crescer
E decidiu trabalhar;
E ela se formou no mesmo m�s
Em que ele passou no vestibular.
E os dois comemoraram juntos
E tamb�m brigaram juntos, muitas vezes depois.
E todo mundo diz que ele completa ela e vice-versa,
Que nem feij�o com arroz.
Constru�ram uma casa uns dois anos atr�s
Mais ou menos quando os g�meos vieram
Batalharam grana e seguraram legal
A barra mais pesada que tiveram.
Eduardo e M�nica voltaram pra Bras�lia
E a nossa amizade da saudade no ver�o.
S� que nessas f�rias n�o v�o viajar
Porque o filhinho do Eduardo t� de recupera��o.
E quem um dia ira dizer
Que existe raz�o
Nas coisas feitas pelo o cora��o?
E quem ira dizer
Que n�o existe raz�o?
TEMPO PERDIDO
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo
Todos os dias quando acordo,
N�o tenho mais o tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo.
Todos os dias antes de dormir,
Lembro e esque�o como foi o dia:
"Sempre em frente,
N�o temos tempo a perder."
Nosso suor sagrado
� bem mais belo que esse sangue amargo
E t�o s�rio
E selvagem.
Veja o sol dessa manha t�o cinza:
A tempestade que chega � da cor dos teus olhos castanhos.
Ent�o me abra�a forte e me diz mais uma vez
Que j� estamos distantes de tudo:
Temos nosso pr�prio tempo.
N�o tenho medo do escuro, mas deixe as luzes acesas agora.
O que foi escondido � o que se escondeu
E o que foi prometido, ningu�m prometeu.
Nem foi tempo perdido.
Somos t�o jovens.
"�NDIOS"
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo
Quem me dera, ao menos uma vez
Ter de volta todo o ouro que entreguei
A quem conseguiu me convencer
Que era prova de amizade
Se algu�m levasse embora at� o que eu n�o tinha.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Esquecer que acreditei que era por brincadeira
Que se cortava sempre um pano-de-ch�o
De linho nobre e pura seda.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Explicar o que ningu�m consegue entender:
Que o que aconteceu ainda esta por vir
E o futuro n�o � mais como era antigamente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Provar que quem tem mais do que precisa ter
Quase sempre se convence que n�o tem o bastante
E fala demais, por n�o ter nada a dizer
Quem me dera, ao menos uma vez,
Que o mais simples fosse visto como o mais importante,
Mas nos deram espelhos
E vimos uma mundo doente.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Entender como isso Deus ao mesmo tempo � tr�s
E esse mesmo Deus foi morto por voc�s
� isso maldade ent�o, deixar um Deus t�o triste.
Eu quis o perigo e at� sangrei sozinho.
Entenda - assim pude trazer voc� de volta para mim,
Quando descobri que � sempre isso voc�
Que me entende do in�cio ao fim
E � isso voc� que tem a cura do meu v�cio
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda n�o vi.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Acreditar por um instante em tudo que existe
E acreditar que o mundo � perfeito
E que todas as pessoas s�o felizes.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Fazer com que o mundo saiba que seu nome
Esta em tudo e mesmo assim
Ningu�m lhe diz ao menos obrigado.
Quem me dera, ao menos uma vez,
Como a mais bela tribo, dos mais belos �ndios,
N�o ser atacado por ser inocente.
Eu quis o perigo e at� sangrei sozinho,
Entenda - assim pude trazer voc� de volta para mim
Quando descobri que � sempre isso voc�
Que me entende do in�cio ao fim
E � isso voc� que tem a cura do meu v�cio
De insistir nessa saudade que eu sinto
De tudo que eu ainda n�o vi.
Nos deram espelhos e vimos um mundo doente
Tentei chorar e n�o consegui.
 
QUE PA�S � ESTE ?
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo
Nas favelas, no senado
Sujeira pra todo lado
Ningu�m respeita a constitui��o
Mas todos acreditam no futuro da na��o
Que pais � este?
No Amazonas, no Araguaia, na Baixada fluminense
No Mato grosso, nas Gerais e no Nordeste tudo em paz
Na morte eu descanso mas o sangue anda solto
Manchando os pap�is, documentos fi�is
Ao descanso do patr�o
Que pa�s � este ?
Terceiro Mundo se for
Piada no exterior
Mas o Brasil vai ficar rico
Vamos faturar um milh�o
Quando vendermos todas as almas
Dos nossos �ndios num leil�o.
Que pa�s � este?

FAROESTE CABOCLO
Letra: Renato Russo
M�sica: Renato Russo
N�o tinha medo o tal Jo�o de Santo Cristo
Era o que todos diziam quando ele se perdeu
Deixou pra tr�s todo o marasmo da fazenda
S� pra sentir no seu sangue o �dio que Jesus lhe deu
Quando crian�a s� pensava em ser bandido
Ainda mais quando com tiro de soldado o pai morreu
Era o terror da cercania onde morava
E na escola at� o professor com ele aprendeu
Ia pra igreja s� pra roubar o dinheiro
Que as velhinhas colocavam na caixinha do altar
Sentia mesmo que era mesmo diferente
Sentia que aquilo ali n�o era o seu lugar
Ele queria sair para ver o mar
E as coisas que ele via na televis�o
Juntou dinheiro para poder viajar
E de escolha pr�pria escolheu a solid�o
Comia todas as menininhas da cidade
De tanto brincar de m�dico aos doze era professor
Aos quinze foi mandado pro reformat�rio
Onde aumentou seu �dio diante de tanto terror
N�o entendia como a vida funcionava
Descrimina��o por causa da sua classe e sua cor
Ficou cansado de tentar achar resposta
E comprou uma passagem foi direto a Salvador
E l� chegando foi tomar um cafezinho
E encontrou um boiadeiro com quem foi falar
E o boiadeiro tinha uma passagem
Ia perder a viagem mas Jo�o foi lhe salvar:
Dizia ele "-Estou indo pra Bras�lia
Nesse pa�s lugar melhor n�o h�
T� precisando visitar a minha filha
Eu fico aqui e voc� vai no meu lugar"
E Jo�o aceitou sua proposta
E num �nibus entrou no Planalto Central
Ele ficou bestificado com a cidade
Saindo da rodovi�ria viu as luzes de natal
"- Meu Deus mas que cidade linda!
No Ano Novo eu come�o a trabalhar"
Cortar madeira aprendiz de carpinteiro
Ganhava cem mil pro m�s em Taguatinga
Na sexta feira foi pra zona da cidade
Gastar todo o seu dinheiro de rapaz trabalhador
E conhecia muita gente interessante
At� um neto bastardo do seu bisav�
Um peruano que vivia na Bolivia
E muitas coisas trazia de l�
Seu nome era Pablo e ele dizia
Que um neg�cio ele ia come�ar
E Santo Cristo at� a morte trabalhava
Mas o dinheiro n�o dava pra ele se alimentar
E ouvia �s sete horas o notici�rio
Que dizia sempre que seu ministro ia ajudar
Mas ele n�o queria mais conversa
E decidiu que como Pablo ele ia se virar
Elaborou mais uma vez seu plano santo
E sem ser crucificado a planta��o foi come�ar
Logo logo os maluco da cidade
Souberam da novidade
"-Tem bagulho bom ai!"
E Jo�o de Santo Cristo ficou rico
E acabou com todos os traficantes dali
Fez amigos, frequentava a Asa Norte
Ia pra festa de Rock pra se libertar
Mas de repente
Sob um m� influ�ncia dos boyzinhos da cidade
Come�ou a roubar
J� no primeiro roubo ele dan�ou
E pro inferno ele foi pela primeira vez
Viol�ncia e estupro do seu corpo
"-Voc�s v�o ver, eu vou pegar voc�s!"
Agora Santo Cristo era bandido
Destemido e temido no Distrito Federal
N�o tinha nenhum medo de pol�cia
Capit�o ou traficante, playboy ou general
Foi quando conheceu uma menina
E de todos os seus pecados ele se arrependeu
Maria L�cia era uma menina linda
E o cora��o dele pra ela o Santo Cristo prometeu
Ele dizia que queria se casar
E carpinteiro ele voltou a ser
"-Maria L�cia eu pra sempre vou te amar
E um filho com voc� eu quero ter"
O tempo passa
E um dia vem na porta um senhor de alta classe com dinheiro na m�o
E ele faz uma proposta indecorosa
E diz que espera uma resposta, uma resposta de Jo�o
"-N�o boto bomba em banca de jornal
E nem em col�gio de crian�a
Isso eu n�o fa�o n�o
E n�o protejo general de dez estrelas
Que fica atr�s da mesa com o cu na m�o
E � melhor o senhor sair da minha casa
Nunca brinque com um peixe de ascendente escorpi�o"
Mas antes de sair, com �dio no olhar
O velho disse:
"-Voc� perdeu a sua vida, meu irm�o!"
"-Voc� perdeu a sua vida, meu irm�o"
"-Voc� perdeu a sua vida, meu irm�o"
Essas palavras v�o entrar no cora��o
"-Eu vou sofrer as consequ�ncias como um c�o."
N�o � que o Santo Cristo estava certo
Seu futuro era incerto
E ele n�o foi trabalhar
Se embebedou e no meio da bebedeira
Descobriu que tinha outro trabalhando em seu lugar
Falou com Pablo que queria um parceiro
Que tamb�m tinha dinheiro e queria se armar
Pablo trazia o contrabando da Bol�via
E Santo Cristo revendia em Planaltina
Mas acontece que um tal de Jeremias
Traficante de renome apareceu por l�
Ficou sabendo dos planos de Santo Cristo
E decidiu que com Jo�o ele ia acabar.
Mas Pablo trouxe uma Winchester 22
E Santo Cristo j� sabia atirar
E decidiu usar a arma s� depois
Que Jeremias come�asse a brigar
Jeremias maconheiro sem vergonha
Organizou a Roconha e fez todo mundo dan�ar
Desvirginava mocinhas inocentes
E dizia que era crente mas n�o sabia rezar
E Santo Cristo h� muito n�o ia pra casa
E a saudade come�ou a apertar
"-Eu vou me embora, eu vou ver Maria L�cia
J� est� em tempo de a gente se casar"
Chegando em casa ent�o ele chorou
E pro inferno ele foi pela segunda vez
Com Maria L�cia Jeremias se casou
E um filho nela ele fez
Santo Cristo era s� �dio pro dentro
E ent�o o Jeremias pra um duelo ele chamou
"-Amanh�, as duas horas na Ceil�ndia
Em frente ao lote catorze � pra l� que eu vou
E voc� pode escolher as suas armas
Que eu acabo com voc�, seu porco traidor
E mato tamb�m Maria L�cia
Aquela menina falsa pra que jurei o meu amor"
E Santo Cristo n�o sabia o que fazer
Quando viu o reporter da televis�o
Que a not�cia do duelo na TV
Dizendo a hora o local e a raz�o
No s�bado, ent�o as duas horas
Todo o povo sem demora
Foi l� s� pra assistir
Um homem que atirava pelas costas
E acertou o Santo Cristo
E come�ou a sorrir
Sentindo o sangue na garganta
Jo�o olhou as bandeirinhas
E o povo a aplaudir
E olhou pro sorveteiro
E pras c�meras e a gente da TV que filmava tudo ali
E se lembrou de quando era uma crian�a
E de tudo o que viveu at� aqui
E decidiu entar de vez naquela dan�a
"-Se a via-crucis virou circo, estou aqui."
E nisso o sol cegou seus olhos
E ent�o Maria L�cia ele reconheceu
Ela trazia a Winchester 22
A arma que seu primo Pablo lhe deu
"-Jeremias, eu sou homem. Coisa que voc� n�o �
Eu n�o atiro pelas costas, n�o.
Olha pra c� filha da puta sem vergonha
D� uma olhada no meu sangue
E vem sentir o teu perd�o"
E Santo Cristo com a Winchester 22
Deu cinco tiros no bandido traidor
Maria L�cia se arrependeu depois
E morreu junto com Jo�o, seu protetor
O povo declarava que Jo�o de Santo Cristo
Era santo porque sabia morrer
E a alta burgesia da cidade n�o acreditava na hist�ria
Que ele viram da TV
E Jo�o n�o conseguiu o que queria
Quando veio pra Bras�lia com o diabo ter
Ele queria era falar com o presidente
Pra ajudar toda essa gente que s� faz
Sofrer
 
H� TEMPOS
Letra: Renato Russo
M�sica: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonf�
Parece coca�na mas � s� tristeza, talvez tua cidade.
Muitos temores nascem do cansa�o e da solid�o.
E o descompasso e o desperd�cio
herdeiros s�o agora da virtude que perdemos.
H� tempos tive um sonho.
N�o me lembro n�o me lembro.
Tua tristeza � t�o exata.
E hoje o dia � t�o bonito.
J� estamos acostumados.
A n�o termos mais nem isso.
Sonhos vem. E sonhos v�o.
O resto � imperfeito.
Disseste que se tua voz tivesse for�a igual
A imensa dor que sentes
Teu grito acordaria n�o s� a tua casa
Mas a vizinhan�a inteira.
E h� tempos nem os santos
Tem ao certo a medida da maldade.
E h� tempos s�o os jovens que adoecem.
H� tempos o encanto esta ausente.
H� ferrugem nos sorrisos.
E s� o acaso estende os bra�os
A quem procura abrigo e prote��o.
Meu amor,
Disciplina � liberdade.
Compaix�o � fortaleza.
Ter bondade � ter coragem.
E ela disse: - l� em casa tem um
po�o mas a �gua � muito limpa.


PAIS E FILHOS
Letra: Renato Russo
M�sica: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonf�
Estatuas e cofres. E paredes pintadas.
Ningu�m sabe o que aconteceu.
Ela se jogou da janela do quinto andar.
Nada � f�cil de entender.
Dorme agora.
� isso o vento l� fora.
Quero colo. Vou fugir de casa.
Posso dormir aqui com voc�s?
Estou com medo. Tive um pesadelo
S� vou voltar depois das tr�s.
Meu filho vai ter nome de santo.
Quero o nome mais bonito.
� preciso amar as pessoas como se
N�o houvesse amanh�.
Porque se voc� parar para pensar,
Na verdade n�o h�.
Me diz porque o c�u � azul.
Explica a grande f�ria do mundo.
S�o meus filhos que tomam conta de mim.
Eu moro com a minha m�e
Mas meu pai vem me visitar.
Eu moro na rua, n�o tenho ningu�m
Eu moro em qualquer lugar.
J� morei em tanta casa que nem me lembro mais.
Eu moro com os meus pais.
� preciso amar as pessoas como se
N�o houvesse amanh�.
Porque se voc� parar para pensar,
Na verdade n�o h�.
Sou uma gota d'agua
Sou um gr�o de areia.
Voc� me diz que seus pais n�o entendem.
Mas voc� n�o entende seus pais.
Voc� culpa seus pais por tudo.
E isso � absurdo.
S�o crian�as como voc�
O que voc� vai ser, quando voc� crescer?

MENINOS E MENINAS
Letra: Renato Russo
M�sica: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonf�
Quero me encontrar mas n�o sei onde estou.
Vem comigo procurar um lugar mais calmo.
Longe dessa confus�o e dessa gente que n�o se respeita.
Tenho quase certeza que eu n�o sou daqui.
Acho que gosto de S. Paulo. E gosto de S. Jo�o.
Gosto de S. Francisco. E S. Sebasti�o.
E eu gosto de meninos e meninas.
Vai ver que � assim mesmo e vai ser assim pra sempre.
Vai ficando complicado e ao mesmo tempo diferente.
Estou cansado de bater e ningu�m abrir.
Voc� me deixou sentindo tanto frio.
N�o sei mais o que dizer.
Te fiz comida.
Velei teu sono.
Fui teu amigo.
Te levei comigo e me diz: Pra mim o que � que ficou?
Me deixa ver como viver � bom.
N�o � a vida como esta e sim as coisas como s�o.
Voc� n�o quis tentar me ajudar.
Ent�o a culpa � de quem?
A culpa � de quem?
Eu canto em portugu�s errado.
Acho que o imperfeito n�o participa do passado.
Troco as pessoas.
Troco os pronomes.
Preciso de oxig�nio.
Preciso ter amigos.
Preciso ter dinheiro.
Preciso de carinho.
Acho que te amava.
Agora acho que te odeio.
S�o tudo pequenas coisas.
E tudo deve passar.
Acho que gosto de S. Paulo. Gosto de S. Jo�o.
Gosto de S. Francisco. E S. Sebasti�o.
E eu gosto de meninos e meninas.
 
VENTO NO LITORAL
Letra: Renato Russo
M�sica: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonf�
De tarde quero descansar, chegar at� a praia
Ver se o vento ainda est� forte
E vai ser bom subir nas pedras.
Sei que fa�o isso para esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora
Agora est� t�o longe
V�, a linha do horizonte me distrai:
Dos nossos planos � que eu tenho mais saudade,
Quando olh�vamos juntos na mesma dire��o.
Aonde est� voc� agora
Al�m de aqui dentro de mim?
Agimos certo sem querer
Foi s� o tempo que errou
Vai ser dif�cil sem voc�
Porque voc� est� comigo o tempo todo.
E quando vejo o mar
Existe algo que diz:
"-A vida continua e se entregar � uma bobagem."
J� que voc� n�o est� aqui,
O que posso fazer � cuidar de mim.
Quero ser feliz ao menos.
Lembra que o plano era ficarmos bem?
"-Ei, olha s� o que achei: cavalos-marinhos."
Sei que fa�o isso pra esquecer
Eu deixo a onda me acertar
E o vento vai levando tudo embora.
 
PERFEI��O
Letra: Renato Russo
M�sica: Dado Villa Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonf�
Inc. "O B�bado e a Equilibrista" (A. Blanc/J. Bosco)
1
Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as na��es
O meu pa�s e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladroes
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa pol�cia e televis�o
Vamos celebrar o nosso governo
E nosso estado que n�o � na��o
Celebrar a juventude sem escolas
As crian�as mortas
Celebrar nossa desuni�o
Vamos celebrar Eros e Thanatus
Pers�phone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade
2
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
E os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justi�a
A gan�ncia e a difama��o
Vamos celebrar os preconceitos
E o voto dos analfabetos
Comemorar a �gua podre
Todos os impostos, queimadas, mentiras e sequestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo e nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia e toda a afeta��o
Todo o roubo e toda a indiferen�a
Vamos celebrar epidemias
� a festa da torcida campe�

3
Vamos celebrar a fome
N�o ter a quem ouvir
N�o se ter a quem amar
Vamos alimentar o que � maldade
Vamos machucar um cora��o
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo o que � gratuito e feio
Tudo o que � normal
Vamos cantar juntos o hino nacional
(A l�grima � verdadeira)
Vamos celebrar nossa saudade
E comemorar a nossa solid�o

4
Vamos festejar a inveja
A intoler�ncia e a incompreens�o
Vamos festejar a viol�ncia
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora n�o tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberra��o
De toda nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educa��o
Vamos celebrar o horror de tudo isso
Com festa, vel�rio e caix�o
Est� tudo morto e enterrado agora
J� aqui tamb�m podemos celebrar
A estupidez de quem cantou essa can��o

5
Venha, meu cora��o est� com pressa
Quando a esperan�a est� dispersa
S� a verdade me liberta
Chega de maldade e ilus�o
Venha, o amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recome�a
Venha, que o que vem � perfei��o
 
GIZ
Letra: Renato Russo
M�sica: Dado Villa-Lobos/Renato Russo/Marcelo Bonf�
E mesmo sem te ver
Acho at� que estou indo bem
S� apare�o por assim dizer
Quando conv�m aparecer
Ou quando quero
Desenho toda a cal�ada
Acaba o giz tem tijolo de constru��o
Eu rabisco o sol
Que a chuva apagou
Quero que saibas
Que me lembro
Queria at� que pudesses me ver
�s parte ainda
Do que me faz forte
E pra ser honesto
S� um pouquinho infeliz
Mas tudo bem
Tudo bem
Tudo bem
Tudo bem
Tudo bem
Tudo bem
L� vem l� vem l� vem de novo
Acho que estou gostando de algu�m
E � de ti
Que n�o esquecerei
Dezesseis
Jo�o Roberto era o maioral
O nosso Johnny era um cara legal
Ele tinha um Opala met�lico azul
Era o rei dos pegas na Asa Sul
E em todo lugar
Quando ele pegava no viol�o
Conquistava as meninas
E quem mais quisesse ver
Sabia tudo da Janis
Do Led Zeppelin, dos Beatles e dos Rolling
Stones
Mas de uns tempos pr� c�
Meio sem querer
Alguma coisa aconteceu
Johnny andava meio quieto demais
S� que quase ningu�m percebeu
Johnny estava com um sorriso estranho
Quando marcou um super pega no fim de semana
N�o vai ser no CASEB
Nem no Lago Norte, nem na UnB
As m�quinas prontas, o ronco de motor
A cidade inteira se movimentou
E Johnny disse:
"- Eu vou pr� curva do Diabo em Sobradinho
e voc�s ?"
E os motores sa�ram ligados a mil pr� estrada da morte o maior pega que existiu
S� deu para ouvir, foi aquela explos�o
E os peda�os do Opala azul de Johnny pelo ch�o
No dia seguinte, falou o diretor: - O aluno Jo�o Roberto n�o est� mais entre n�s
Ele s� tinha dezesseis. Que isso sirva de aviso pr� voc�s".
E na sa�da da aula, foi estranho e bonito todo o mundo cantando baixinho:
Strawberry Fields Forever Strawberry Fields Forever
E at� hoje, quem se lembra diz que n�o foi o caminh�o
Nem a curva fatal e nem a explos�o
Johnny era fera demais pr� vacilar assim
E o que dizem que foi tudo por causa de um cora��o partido
Um cora��o... um cora��o...um cora��o
Bye, bye bye Johnny. Johnny, bye, bye. Bye, bye Johnny.

ANTES DAS SEIS
Letra: Renato Russo
M�sica: Dado Villa-Lobos/Renato Russo

Quem inventou o amor ?
Me explica por favor
Quem inventou o amor ?
Me explica por favor

Vem e me diz o que aconteceu
Faz de conta que passou
Quem inventou o amor ?
Me explica por favor

Daqui vejo seu descanso
Perto do seu travesseiro
Depois quero ver se acerto
Dos dois quem acorda primeiro

Quem inventou o amor ?
Me explica por favor
Quem inventou o amor ?
Me explica por favor

Enquanto a vida vai e vem
Voc� procura achar algu�m
Que um dia possa lhe dizer
-Quero ficar s� com voc�

Quem inventou o amor ?
 

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